VATICANO, 7 de jul de 2008 às 06:46
O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Dom Gianfranco Ravasi, assinalou que a leitura maratônica da Bíblia em que participará o Papa Bento XVI no mês de outubro e que será transmitida pela cadeia italiana RAI, procura " voltar a chegar ao coração e as mentes das mulheres e homens de hoje".
Em um artigo titulado "Para recuperar um tesouro de cultura e de fé", o Arcebispo indicou que "a leitura integral da Bíblia nas câmaras de televisão italianas é sem dúvida um acontecimento espiritual e cultural de grande sugestão que terá certamente um notável impacto mediático a nível internacional. Acontecerá a partir do próximo 5 de outubro e o primeiro leitor será o Papa Bento XVI quem, em direto, lerá o primeiro capítulo do Gênesis".
Depois de descrever que "recentes pesquisa permitiram ver um quadro preocupante –em diversos países do mundo– de um sempre mais escasso conhecimento das Escrituras hebréias e cristãs e a perda da familiaridade, também física, com um texto que acompanhou nos séculos a vida cotidiana das pessoas", Dom Ravasi explicou que isto consiste "um empobrecimento espiritual e cultural do que todos, crentes e não crentes, deveriam sentir-se responsáveis".
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"A iniciativa que começará em outubro –em coincidência com a abertura da assembléia sinodal sobre a Palavra de Deus– se propõe para multiplicar de maneira exponencial os efeitos benéficos da recuperação de tal tesouro cultural e de fé", disse logo precisando também que isto será "um voltar junto à fonte das Escrituras para re-propô-la ao grande público como sinal de esperança para o mundo de hoje".
Seguidamente o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura deu alguns detalhes desta interessante iniciativa: "a leitura –que se dará na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém e será transmitida em direto pela RAI– prevê a divisão do texto sacro em seções de sentido completo para um total de 1162 leituras inseridas em 46 unidades de três horas de duração com intervalos de 15 minutos de reflexão em silêncio. Uma tela gigante colocada fora da Basílica permitirá seguir a leitura".
Finalmente comentou que "a Bíblia faz que quem a lê e a escuta participe de sua atualização e encarnação. Um texto, e em particular o bíblico, tem sua própria apropriação por parte dos leitores que o fazem 'explorar' em todas suas potencialidades e riquezas através da intuição literária, ascética, mística e teológica".