MEXICO D.F., 4 de ago de 2008 às 20:30
A Comissão Episcopal para a Pastoral Social da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), chamou os católicos a dar uma "resposta evangelizadora integral" a pandemia do AIDS, quer dizer, que abranja o anúncio da Palavra de Deus, a celebração dos Sacramentos e o serviço da caridade.
Em um comunicado, os bispos recordaram aos fiéis que "uma ação evangelizadora integral não pode prescindir de nenhuma das tarefas fundamentais" da Igreja: anúncio da Palavra de Deus, celebração dos Sacramentos e serviço da caridade. Deste modo indicaram que estas "são tarefas que se implicam mutuamente e não podem se separar uma da outra".
No marco da 17º Conferência Internacional de AIDS 2008 que se celebra no México, os prelados expressaram sua solidariedade com as pessoas infectadas com o HIV, que "não é simplesmente um vírus", mas sim "um problema social complexo". Os bispos reafirmaram a dignidade humana das pessoas infectadas e rechaçaram toda discriminação que possam sofrer.
Respeito das medidas de prevenção, a comissão episcopal assinalou que estas "devem ver o ser humano em toda sua complexa realidade, em seu contexto social e familiar".
A discussão, indicou, "não pode situar-se somente na eficácia de uma só estratégia ou de um medicamento, porém do ser humano integral capaz de estabelecer e manter relações entre as pessoas, apoiadas no respeito a si mesmo e as outras pessoas tanto em seu corpo como em seus sentimentos e direitos".
Nesse sentido, destacou que "o respeito à instituição natural do matrimônio, é um caminho que diminui em grande medida a propagação do HIV". Como se lembra, a promoção da abstinência até o matrimônio e a fidelidade conjugal, foi o caminho que permitiu a Uganda reduzir a percentagem de pessoas infectadas.
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Por outro lado, os prelados assinalaram que embora "os atuais avanços nas terapias para o controle do HIV, como os anti-retrovirais, permitem oferecer às pessoas com o HIV uma expectativa de vida importante", a situação de pobreza impede a muitos aceder a estes benefícios "devido a seus altos custos".
"As grandes transnacionais mostraram pouca sensibilidade diante da morte de muitas pessoas devido a sua impossibilidade de adquirir os tratamentos do HIV. Os tratamentos se destinaram prioritariamente às grandes cidades", denunciaram.
Nesse sentido, afirmaram que a justiça social é um dos campos que se deve obter para poder enfrentar ao HIV/AIDS.
Finalmente, os bispos chamaram os católicos a assumir compromissos concretos a favor das pessoas com esta enfermidade, seguindo o exemplo de Cristo, quem é o Bom Samaritano.
"Todos e todas podemos fazer algo diante da realidade do HIV. Nossa caridade e solidariedade com as pessoas com o HIV deve incluir a assistência, a promoção, a liberação e a aceitação fraterna", afirmaram.
A 17º Conferência Internacional sobre o AIDS 2008 se realiza em Cidade do México até em 8 de agosto e reune a mais de 22 mil delegados de todo o mundo.