LIMA, 8 de ago de 2008 às 10:05
Embora a Presidência do Conselho de ministros (PCM) já resolveu o tema e fechou a possibilidade de "regulamentar" o aborto terapêutico no Peru, a congressista oficialista Hilda Guevara convocou a um foro no Parlamento para impulsionar esta prática como "direito" das mulheres.
Acompanhada pela polêmica congressista do Partido Nacionalista Margarida Sucari –atualmente investigada por recortar irregularmente o salário a uma de suas ex-trabalhadoras– Guevara pretenderia reabrir o debate sobre o aborto terapêutico, usado agora como cavalo de batalha pelos principais grupos abortistas.
O foro se titula "O Aborto Terapêutico no Peru: Um Direito das Mulheres" e se realizará na Sala Miguel Grau do Congresso da República nesta segunda-feira 11 de agosto das 9h às 13 h. O ingresso é livre.
Conforme declarou ao ACI Prensa, Rosa Reyna, assessora de imprensa da congressista Guevara, "não estamos inteirados de que o tema do protocolo de aborto terapêutico seja um tema fechado" e como "presidenta da mesa de mulheres parlamentares, a congressista Hilda Guevara está abrindo este espaço de dialogo a fim de que todas as partes dialoguem e vejam qual é a verdadeira situação".
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Reyna insistiu em que "o aborto terapêutico é um direito das mulheres e o Código Penal o estipula assim. Mas sempre e quando a vida da mãe perigue por uma gravidez difícil. A idéia é facilitar às mulheres que não têm conhecimentos o acesso ao aborto terapêutico nos hospitais do Estado para que não optem pelos abortos clandestinos que lhes ocasionam a morte".
Carlos Polo, Diretor para a América Latina do Population Research Institute (PRI), considerou que "a congressista Guevara precisa assessorar-se melhor neste tema e acredito que a estão surpreendendo. Neste momento está emprestando ouvidos às feministas radicais como Promsex que não têm nenhum reparo para promover o aborto como um direito e que somente utilizam esta figura do ‘aborto terapêutico’ como um primeiro passo em sua estratégia".
"Estas feministas tampouco lhe devem ter informado que não foram uma senão duas vezes que a Presidência do Conselho de ministros fechou o debate. Além disso, descriminalizar o aborto não é política de governo do partido ao que Guevara pertence e não se pode regulamentar um delito. Isso é algo que os estudantes de direito aprendem nos cursos básicos de Direito Penal".
"Tomara que Guevara tenha os ouvidos abertos para entender que esta é uma causa impopular e politicamente perdida", adicionou e alentou aos cidadãos a manifestar sua opinião sobre o mencionado foro ao endereço eletrônico da parlamentar organizadora: hguevara@congreso.gob.pe