DENVER, 18 de set de 2008 às 17:39
O Arcebispo de Denver, Dom Charles Chaput, lembrou que os católicos nos Estados Unidos –e em nenhum outro país–, especialmente os políticos, não devem nem podem apoiar o aborto de crianças inocentes.
Em seu comunicado "Funcionários Públicos e Raciocínio Moral", o Prelado expôs o caso de dois políticos que se dizem católicos e que apareceram em um programa da cadeia televisiva NBC chamado "Meet the Press" (Encontro com a imprensa) apoiando o aborto: a Presidenta do Congresso, Nancy Pelosi; e o senador e candidato democrata a vice-presidência do país, Joseph Biden.
Dom Chaput precisa no texto que quando neste programa se lhe perguntou ao segundo dos mencionados "quando começa a vida, o Senador Biden disse que 'é um assunto pessoal e privado'. Mas em realidade, a biologia moderna sabe exatamente quando começa a vida humana: no momento da concepção. A religião não tem nada que ver com isto".
Ao falar logo depois da perspectiva do pluralismo deste candidato a vice-presidência, o Arcebispo de Denver comenta que "certamente, é verdade que precisamos reconhecer os pontos de vista de outras pessoas e ceder quando é possível, mas não ao preço do direito de vida de uma criança em desenvolvimento".
O aborto, sublinha, "sempre envolve o assassinato intencional de uma vida inocente, e é sempre, gravemente perverso".
O enérgico apoio de Biden à "decisão Roe vs. Wade da Corte Suprema de 1973 e o falso 'direito' ao aborto que esta estabelece, não pode ser desculpado por nenhum católico sério. O apoio a Roe e ao 'direito a escolher' um aborto, simplesmente disfarça o que o aborto é e o que o aborto faz. Roe é uma lei ruim. Enquanto exista impede devolver o tema do aborto aos estados aonde pertence, de tal maneira que o povo americano possa decidir seu futuro através de um debate e uma legislação justas", destaca Dom Chaput.
Depois de precisar logo que outro argumento falacioso de Biden é afirmar que "os católicos 'não podem' impor suas idéias religiosas ao resto do país", o Arcebispo indica que "a oposição ao aborto é um assunto de direitos humanos, não uma opinião religiosa. E o senador sabe muito bem, como legislador, que toda lei implica a imposição das convicções de algumas pessoas sobre todos outros. Essa é a natureza da lei".
Diante desta situação, prossegue o Prelado, "se nos dizemos católicos, então os católicos norte-americanos, incluindo os funcionários públicos que se descrevem a si mesmos como católicos, precisam atuar em conseqüência".
"Temos que acabar com Roe e à permissiva indústria do aborto que esta permite. Do contrário, todos nós dos senadores e os membros do Congresso até os leigos católicos nas bancas falharão não só como crentes e discípulos, mas também como cidadãos", finaliza.