MADRI, 21 de out de 2008 às 04:42
"Como que perdemos a capacidade de surpresa. Aqui não acontece nada. Acaba de anunciar uma nova lei do aborto, e a vida segue igual. Vivemos uma profunda crise econômica, e aqui não acontece nada. Como que perdemos a capacidade de reação", expressou o Prelado em uma recente carta.
Dom Fernández assinalou que a nova lei do aborto, o envelhecimento populacional, o apoio governamental a políticas ant-ivida e o abandono administrativo das mulheres grávidas, são "um claro sintoma de estrepitosa decadência cultural".
"Isto não é um avanço, isto é um retrocesso, porque não se busca o bem do homem, porém o interesse egoísta de cada um", advertiu o Prelado, e lembrou que este caminho levou a ruína aos maiores impérios da humanidade. "Por muito bem-estar de que se nos fale, vamos rapidamente para o desmoronamento desta sociedade. O que não produz vida, porém morte, contribui a essa destruição", indicou.
Entretanto, expressou Dom Fernández, "a Igreja está viva" e ante "uma situação suicida e catastrófica, temos posta nossa esperança no Senhor".
O bispo afirmou que o futuro da Espanha "está em mãos das minorias criativas". Ninguém pode infundir mais esperança, indicou, "que aquelas famílias que se abrem à vida e formam uma família numerosa".
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Dom Fernández disse que para quem acredita em Deus, "um filho é co-participante" da vida eterna e por isso "alarga a mesa para que venham mais filhos a somar-se a essa felicidade em que acredita".
Entretanto, indicou, para quem "não acredita em Deus nem na vida eterna, um filho mais é um estorvo para a própria felicidade, é alguém que deve subtrair bem-estar".
"No primeiro caso, o filho é um dom que transborda a capacidade de admiração humana, e traz a felicidade consigo. Neste último caso, o filho é um produto humano, converte-se em um objeto perigoso, que se deve evitar a toda costa", expressou.
Por isso, afirmou, a chave de tudo está "na aproximação ou o afastamento de Deus", pois uma sociedade que se afasta de Deus, torna-se contra o homem e se auto-aniquila; pelo contrário, uma sociedade com Deus valora ao homem "como a um irmão".
Nesse sentido, o Prelado expressou sua satisfação porque "por toda a Europa estão brotando já pequenas luzes que iluminam esta noite terrível", com famílias que "vivendo ao estilo evangélico produzem vida abundante".
"Quando todas essas luzes se juntam, constituem como um potente foco que nos faz entender tudo de outra maneira, como Deus o tem feito. É precioso. Milhões de jovens têm descoberto já essa luz. Eis aí nossa esperança. Elesmudarão esta situação decrépita em uma nova primavera. Demos graças a Deus", manifestou.