ROMA, 17 de nov de 2008 às 06:55
O Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Arcebispo Rino Fisichella, destaca em um artigo publicado por L'Osservatore Romano que "uma ciência que queira experimentar com a vida humana sem sentir a necessidade de uma reclamação ética se coloca a si mesma fora de jogo, porque se emprestaria a ser alvo de suspeita de estar ao serviço dos poderosos do momento e não do bem de toda a humanidade".
Depois de lembrar que a Igreja é perita em humanidade, "como disse Paulo VI ante as Nações Unidas" e que em toda sua história sempre defendeu a vida e a dignidade humanas, o Arcebispo ressalta que esta " possui para os cristãos uma sacralidade porque é antes de mais nada mistério, desde seu início até seu fim evidencia o que a natureza tem em si que é ininteligível, que ainda agora não é capaz de cair ante a análise mais crítica nem se equipara à máquina mais precisa; e por isso deve ser respeitada por todos".
"Quando se fala de vida humana, em resumo, não se está em presença de uma matéria manipulável, está-se ante a dignidade intrínseca que merece pelo menos respeito", precisa.
Assim como os estados estão em capacidade de defender e promover a vida humana; e opinar nos assuntos concernentes a ela, "do mesmo modo, a liberdade da Igreja de expressar seu próprio ensino não pode ser limitada por alguns cientistas ou intelectuais, que consideram que destes conteúdos não devemos falar".
"Se outros encontrarem suas certezas na ciência não encontrarão em nós a opositores. Só desejaríamos com grande respeito lembrar que também a ciência não tem certezas definitivas e que o mistério da existência humana, com suas perguntas inevitáveis de sentido, também vale para eles. Não necessariamente devem escutar à Igreja Católica, mas se mantiverem aberta a porta de sua razão e dão espaço à força do raciocínio é suficiente", continuou.
Do mesmo modo, o Arcebispo precisa que "isto, ao final, será também o filtro para verificar quem se adere aos fundamentalismos confessionais ou laicistas, que de fato não servem para dirigir a uma visão compartilhada para a salvaguarda e o respeito da vida humana".
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