VATICANO, 10 de nov de 2004 às 15:37
Ao comentar o Salmo 61 durante a audiência geral desta quarta-feira, o Papa João Paulo II afirmou que se fôssemos conscientes de nossas limitações não fundamentaríamos nossa vida em falsos valores “frágeis e inconsistentes” mas sim no Senhor.
“Se fôssemos conscientes de nossa expiração e do limite próprio das criaturas, não escolheríamos o caminho da confiança nos ídolos, nem fundamentaríamos nossa vida em valores frágeis e inconsistentes. Orientaríamo-nos mas bem para a confiança verdadeira, que tem seu centro no Senhor, fonte de eternidade e de paz", assinalou o Santo Pai.
O Papa explicou que no salmo referido "contrapõem-se dois tipos de confiança. São duas decisões fundamentais, uma boa e outra perversa, que comportam duas condutas morais diferentes. Sobre tudo está a confiança em Deus: 'Em Deus está minha salvação e glória, minha rocha forte; em Deus está meu refúgio'".
Também existe, continuou, "outro tipo de confiança, de caráter idólatra sobre a que o salmista fixa sua atenção crítica com insistência. É uma confiança que faz procurar a segurança e a estabilidade na violência, o roubo e a riqueza".
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
João Paulo II se referiu à violência, "a qual infelizmente a humanidade continua recorrendo também em nossos dias sangrentos. Acompanham a este ídolo o imenso cortejo de guerras, opressões, prevaricações, torturas e assassinatos atrozes, perpetrados sem nenhum tipo de remorso".
"O segundo deus falso é o roubo, que se expressa na extorsão, a injustiça social, a usura, a corrupção política e econômica. Muita gente cultiva a 'ilusão' de satisfazer deste modo a própria cobiça. Finalmente, a riqueza é o terceiro ídolo ao que 'se apega o coração' do ser humano com a esperança enganosa de se poder salvar da morte e assegurar um primado de prestígio e de poder", indicou o Pontífice.
Do mesmo modo, João Paulo II assinalou que o “Concílio Vaticano II aplicou aos sacerdotes o convite deste salmo a 'não apegar o coração à riqueza'. Entretanto -concluiu- este chamado a rechaçar a confiança perversa e a escolher a que nos leva a Deus vale para todos e deve chegar a ser nossa estrela polar no comportamento cotidiano, nas decisões morais, no estilo de vida".