MADRI, 27 de nov de 2008 às 08:26
Ao participar do Congresso "Católicos e Vida Pública”, Mercedes Aroz, a ex-senadora que faz um ano anunciou sua conversão ao Catolicismo e abandonou o Partido Socialista da Catalunha –do qual foi uma das fundadoras–, advogou pela abolição do aborto na Espanha para que progridam realmente os direitos humanos no país.
Aroz, que nas eleições gerais de 2004 foi a senadora eleita com mais votos na província de Barcelona, ofereceu uma intensa exposição em que denunciou que “a sociedade espanhola é hoje uma sociedade secularizada de forma similar ao resto da Europa Ocidental em que Deus já não é o referente global com o que tudo se articula”. “Esta perda de referências conduziu a uma crise de valores morais, a uma perda de orientação pessoal e ao mal-estar cultural existente”, explicou.
Entretanto, admitiu que “o catolicismo segue sendo relativamente majoritário e subsiste a cultura de transfondo católico. Há, portanto, condições favoráveis para que de novo germine o cristianismo”.
Neste contexto, colocou a necessidade de "fazer avançar na sociedade espanhola uma posição majoritária favorável à abolição do aborto, como hoje existe em relação à abolição da pena de morte no mundo, abolida na Espanha em 1983”.
“Se deve colocar a abolição do aborto como o que é: um objetivo progressista, de avanço da civilização, pois o reconhecimento jurídico dos direitos humanos e sua ampliação é fruto do progresso do ser humano na compreensão de sua realidade e de sua dignidade como pessoa”, adicionou.
“Da mesma maneira que frente aos argumentos a favor da pena de morte em graves delitos prevaleceu o respeito ao direito à vida, se deve obter que este direito do homem seja reconhecido desde sua concepção e até sua morte. Este objetivo tem que ir acompanhado de um maior amparo à maternidade e da prevenção da gravidez adolescente mediante a formação”, sugeriu.