MÉXICO, 15 de nov de 2004 às 18:39
Quando Santo Agostinho “chega a reunir fé e razão, sabe que encontrou a Deus”, afirmou o Arcebispo Primaz do México, Cardeal Norberto Rivera, em uma mensagem pronunciada na Universidade La Salle.
Durante o 57º Congresso Nacional da União Nacional de Pais de Família, o Cardeal explicou que a tragédia do santo em sua juventude foi “querer separar a razão do sobrenatural, da fé”. Disse que após tentar opor fé e razão, deu-se conta que só unindo-as poderia achar Beleza Eterna e “a Verdade que o faz livre”.
Depois de recordar o 1650 aniversário do nascimento do Bispo de Hipona, o Cardeal Rivera expressou que a provocação do século XXI é também achar a Deus na união da fé com a razão.
O Arcebispo do México expressou que os grandes avanços científicos e tecnológicos, longe de beneficiar à caridade, afundam-na em muitas confusões e desordem. Explicou que isto se deve a que o homem só quer reger pela razão, a qual o leva a um positivismo e a um “cientificismo que não dá resposta” a suas perguntas fundamentais.
O Prelado também expressou que essa é “a tragédia da educação quando tem como dogma principal o laicismo, e o laicismo como negação de Deus”.
Entretanto, o Cardeal Rivera assinalou que também seria “uma tragédia ficar somente com a fé” em prejuízo da razão. “Seria negar a Deus mesmo que nos deu essa capacidade para investigar”, afirmou.
No texto, o Cardeal assinala que “a Igreja jamais se pode opor ao avanço científico” nem a aquilo que com “estrito método científico” permita cultivar a razão. Explicou que aquilo que não seja rigorosamente investigado com a capacidade que Deus nos deu, cairá cedo ou tarde ao carecer de fundamento. Indicou que sustentá-lo fará que a pessoa sinta “que está negando a si mesma”.
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Por outro lado, durante a Missa celebrada na Catedral Metropolitana, o Cardeal Rivera chamou os fiéis a enfrentar os problemas terrestres com uma postura positiva e com a perspectiva de cidadãos do Céu.
O Cardeal explicou que o cristão deve atuar sabendo que suas obras têm trascendência para a vida eterna. Por isso deve reger-se por “lei única do amor altruísta”, colaborando na construção de uma sociedade e de uma Igreja melhor.
O Primado da Igreja no México assinalou que o trabalho é como “a chave da questão social”, e o trabalhador não é uma força de trabalho “mas sim um filho de Deus que se realiza no trabalho”.
Entretanto, o Cardeal Rivera denunciou a falta de “orçamentos que incentivem a criação” de empregos. Disse que a falta de emprego origina dramas “morais e psicológicos” naquele que se vê impossibilitado de sustentar sua família.
Em sua homilia, o Cardeal pediu impulsionar “as retificações necessárias ao sistema econômico” que permitam criar fontes de trabalho.
O Cardeal Rivera agradeceu às milhares de pessoas que com seu trabalho “fazem possível que o México esteja em pé”. Também pediu premiar fiscalmente aqueles que “em meio da crise se mostram verdadeiros empresários”.
“Devemos criar consciência de que o pagamento de impostos deve ser um instrumento eficaz para a justa distribuição da riqueza que o México está produzindo e de que só com o justo pagamento e seu reto uso” será possível levar os serviços básicos aos mais necessitados, afirmou.