MADRI, 5 de mar de 2009 às 04:46
O Bispo espanhol de Marajó (Brasil), Dom José Luis Azcona, está ameaçado de morte por denunciar às máfias de tráfico e exploração sexual de mulheres e crianças, nas que estão implicados, conforme denunciou o prelado, "políticos, empresários e policiais".
Nascido em Pamplona faz quase 69 anos, e pertencente à ordem dos Agustinianos-Recoletos, Azcona incluso foi a uma comissão de investigação no Parlamento sobre a exploração de menores no Estado do Pará, onde confirmou suas denúncias. "Pegam a meninas de colégio e as levam para explorá-las sexualmente, sobre tudo, na Guayana Francesa e na Espanha", narra.
Em entrevista Telefónica com Europa Press, diz levar as ameaças "com paz" e que nunca pensou "encontrar-se assim". "Graças a Deus, nada de angústia nem de ansiedade", expõe. Além disso, reconhece que rechaçou o escolta fornecido pelo Governo porque, além dele, há outros dois bispos –um austríaco e um italiano– e perto de 200 sacerdotes ameaçados, sem contar com que ele mesmo não confia.
O Prelado Navarro, que leva 24 anos na missão de Marajó situada no delta do Amazonas, reconhece após ser ameaçado –recebe cartas, chamadas e seu nome se publicou na imprensa– que não quer sair do país e inclusive confessa que gostaria de morrer ali.
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Em todo caso, acusa à comunidade política e polícia brasileiras de não tomar "as medida necessárias". "Em Marajó foi descoberto um policial que traficava com seres humanos enviando à Guayana Francesa 178 mulheres, muitas delas menores, para prostituir-se", afirma.
A única organização que se manifestou ao respeito é a Conferência Episcopal Brasileira, que mostrou, em uma nota, seu total apoio aos que sofreram ameaças de morte. "Qualquer agressão a eles atenta contra todos nós, seus irmãos no ministério episcopal, e ao povo ao que servem com zelo desmedido e coragem", afirmaram os bispos.
"Em Cristo somos um só com eles e com as pessoas às que defendem: os povos indígenas, as mulheres, as crianças e adolescentes que instrumentalizam o tráfico de seres humanos, que vende a exploração sexual e matam as drogas. Apoiamos também seu empenho na defesa do meio ambiente que devastam os lucros com conseqüências nefastas para a vida humana", manifestaram.