Contrariamente ao que assinalou a imprensa local, o Arcebispo de Olinda e Recife no Brasil, Dom José Cardoso Sobrinho, não "excomungou" à menina de 9 anos que recentemente foi o centro de uma polêmica logo que a justiça decidisse que a submetesse a um aborto ao encontrar-se grávida após da violação de seu padrasto.

A imprensa brasileira anunciou nesta sexta-feira que "a Igreja excomungou a menina de 9 anos", quando em realidade o Arcebispo desta região nordestina somente lembrou que, segundo a legislação da Igreja, os médicos e quem tenha ficado envolvido no aborto dos gêmeos que esperava a menina, incorreram na excomunhão latae sententiae (automática) e que a única que não recebe esta pena é a menina, que não tem responsabilidade alguma na intervenção.

A menina foi submetida na quinta-feira ao aborto em um hospital desta cidade.

Dom Sobrinho lembrou que "para incorrer nesta penalidade eclesiástica é preciso contar com a plena consciência. A Igreja, neste sentido, é muito benévola com os menores e as vítimas do aborto".

"Aqueles que aprovaram e os que realizaram este aborto, incorreram em excomunhão segundo o número 1398 do Código de Direito Canônico. A Igreja não acostuma comunicar isto, mas é necessário fazê-lo nesta ocasião", disse o Prelado.

"Esperamos que essas pessoas, em momentos de reflexão, não esperem na hora da morte para arrepender-se", concluiu.

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