Milhares de espanhóis se deram entrevista ontem em Madri para participar da "Marcha pela Vida", que sob o lema "Não existe o direito a matar, existe o direito a viver", manifestou seu firme rechaço à ampliação da lei que liberalizaria ainda mais o aborto na Espanha. Esta marcha foi acompanhada por outras 87 concentrações em outras cidades do país.

Entre os oradores deste evento estiveram Paloma de Cendra, membro do Comitê de Peritos de Direito a Viver (DAV), psicóloga de Casal e Família e perita em crise de gravidez e síndrome post-aborto; Ignacio Arsuaga, Presidente de HazteOir.org, e a doutora Gádor Jóya, porta-voz nacional de Direito a Viver (DAV) e encarregada da leitura do Manifesto pela Vida, lido quase simultaneamente ante prefeituras de toda a Espanha.

Cendra, que leva anos atendendo a mulheres que abortaram, afirmou que não encontrou ainda a "nenhuma que de verdade queria fazê-lo". Fizeram-no, precisou, por "medo, solidão, abandono, pressão, discriminação, inclusive ameaça". "É esta a livre eleição que proclamam alguns?", questionou.

"Não é verdade que esta Lei esteja defendendo o direito das mulheres. Não é verdade que esta Lei esteja procurando o melhor para elas. O aborto vai contra a mulher. Não é uma solução a um problema. É o verdadeiro problema. Não lhe facilita a vida. A converte em um calvário", denunciou logo e acrescentou que "contra uma gravidez não desejada, não se pode oferecer uma solução ainda menos desejada".

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"Apoiemos à mulher grávida, defendamos a vida", exortou a psicóloga.
Por sua parte, o Presidente do HazteOir.org, Ignacio Arsuaga denunciou que "o projeto do Governo em realidade é profundamente anti-social, porque despreza ao mais débil - à criança- e à mãe, quem fica sozinha". Além disso, o chamou de "regressivo e discriminatório" e destacou que "o Projeto (da Ministra) Aído é ideológico, porque este Governo tem um projeto no qual a pessoa, a vida e a família não contam".

Por estas e outras razões, Arsuaga exigiu ao governo que retire seu projeto de "aborto livre". "Sim, escuta, Zapatero, isto não é senão o começo! vamos conseguir parar a máquina pró-morte do Governo. Vamos conseguir ganhar a batalha da vida. Este movimento já ninguém o pode parar", concluiu.

Na sua vez, a doutora Gádor Joya, referiu-se ao Manifesto pró vida de Madri, no que se destaca "a evidência científica de que do momento da fecundação existe vida humana digna de ser respeitada e protegida" e ressalta que "o aborto supõe a morte violenta de um ser humano e um terrível drama para a mulher que o sofre".

"Com o aborto livre, o número de meninos mortos dobraria" e também o de mulheres vítimas dos "já conhecidos danos físicos e psicológicos que o aborto provoca nelas", prossegue o manifesto, que além de exigir que "nossas leis protejam o direito a viver" e que "se respeite o direito à objeção de consciência do pessoal sanitário", termina expressando a oposição "a uma nova lei do aborto que só trará mais mortes e mais sofrimento para milhares de mulheres".