BUENOS AIRES, 22 de nov de 2004 às 14:30
A Arquidiocese argentina do Paraná deu a conhecer um enérgico comunicado em que repudia a agressão anti-semita da qual foi vítima um rabino local.
O rabino Daniel Dolynski foi insultado na Faculdade de Comunicação Social da Universidade Nacional de Entre Rios durante um debate sobre sexualidade, por uns estudantes, um dos quais lhe disse que devia abandonar o país enquanto outros faziam a saudação nazista.
A Arquidiocese, representada no debate por um sacerdote, destacou no comunicado que “diante das expressões injuriosas contra a Comunidade Judaica vertidas em nossa cidade que se conheceram nos últimos dias e nas quais ao mesmo tempo se davam vivas ao santo nome de Cristo e vivas também à Pátria, este Arcebispado quer expressar para os ofendidos sua profunda dor e se solidariza com eles considerando esta ofensa está contra a Igreja Católica que quer viver o mandamento de Cristo”.
“Quem é católico –acrescenta o documento- , quer professar sua fé e ser considerado como tal, tem que recordar que usar o nome de Cristo para faltar ao primeiro e ao segundo mandamento, é uma falta grave e, portanto, um pecado que deve ser reparado. Viver em comunhão com a Igreja requer também guardar a união com ela no modo de obrar”.
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“Este Arcebispado expressa sua dor porque ninguém tem direito a pretender excluir da comunidade nacional a outros. Fazê-lo junto a expressões cristãs manifesta uma incoerência com a fé que se diz professar”, diz também o comunicado.
“Recordamos –segue o comunicado arcebispal- que a identidade católica começa pelo cumprimento dos mandamentos da Lei de Deus”.
O comunicado esclarece, além disso, em relação ao debate, que “a Igreja defende a vida e a dignidade de todo homem desde sua concepção até sua morte sem fazer acepção nenhuma de pessoas. A presença e a exposição realizada pelo Sacerdote que em nome do Arcebispo participou desta reunião responde à necessidade de obedecer ao mandamento bíblico: ‘estar dispostos a dar razões de nossa fé’”.
“Defender verdades faltando à caridade é um modo de ofender à verdade”, conclui o comunicado.