Após classificar as torturas sofridas pelos presos iraquianos como “barbaridades dos civilizados”, o Bispo de San Sebastian, Dom Juan María Uriarte, declarou que a Igreja "não pode menos que gritar até extenuar-se sua indignação” e suplicou desterrar por completo estas práticas.

A Igreja "não pode menos que gritar até extenuar-se sua indignação, sua condenação, seu estremecimento mais profundo, seu enérgico 'até aqui chegamos', sua súplica aos países ocidentais e orientais para que sejam exterminadas pela raiz estas práticas que nos envergonham de ser humanos", indicou o Prelado.

Dom Uriarte lamentou hoje a "grave insegurança" provocada pelo terrorismo internacional e denunciou,  que os países modelados na civilização ocidental "reajam a estas agressões com respostas absolutamente detestáveis", como as torturas registradas no Iraque.

Durante a celebração da solenidade de Pentecostes na Catedral do Bom Pastor, Dom Uriarte afirmou que  "surpreende e escandaliza" comprovar que o desenvolvimento  tecnológico não trouxe consigo o progresso moral  da humanidade", mas que, pelo contrário, "as técnicas mais sofisticadas são utilizadas com freqüência para exercer os mais bárbaros atropelos".

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Ao se referir às torturas exercidas por alguns soldados  norte-americanos em presos iraquianos, o bispo indicou que esta situação "manifesta um olímpico e descomunal desprezo pela dignidade humana, degrada e envilece aos que a praticam, a inspiram ou a toleram".

Para Dom Uriarte, "responder à barbárie com a barbárie é uma degradante regressão humana". Desta maneira, questionou  "haá direito algum, por exemplo, a que nos últimos três anos tenham morrido violentamente dois mil e 500 palestinos nas incursões do  exército israelense e 900 israelenses nas mãos de grupos armados palestinos?".

"Como pode o Ocidente americano e europeu assistir imutável a este crônico banho de sangue? Que interesses ou temores podem justificar esta passividade?", concluiu o  Bispo.