HAVANA, 24 de nov de 2004 às 16:42
O Movimento Cristão Liberação (MCL), fundado pelo católico cubano Oswaldo Payá, completou 16 anos de trabalho. Embora o aniversário não tenha sido acompanhado por grandes celebrações, foi ocasião para renovar o compromisso deste grupo a favor de mudanças democráticas pacíficas na ilha.
O MCL foi criado por um grupo de leigos da Paróquia da Colina, em Havana, em 1988. Seus membros o definem como um movimento de inspiração cristã, cívico-político não confessional ao qual se pregaram pessoas crentes e não crentes, com o fim de promover os direitos humanos e trabalhar pela reconciliação e transformação pacífica do país.
O MCL assegura que seus projetos se inspiram “nos valores evangélicos e o pensamento social cristão”, rechaçando a violência como método de luta e como meio exercido “pelo poder ou entre cidadãos”.
Entre seus objetivos está “obter a participação dos cubanos” nas mudanças que necessita a ilha, sendo “protagonistas e não espectadores de sua realidade”.
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O MCL procura também promover os direitos humanos e civis e o respeito estes de por parte do governo; assim como “o reencontro de nossos irmãos da diáspora, que são parte inseparável de nosso povo”, entre outros.
Seu fundador recebeu no ano 2002 o Prêmio Andrei Sajarov do Parlamento Europeu por sua defesa dos direitos humanos. Sua iniciativa mais importante atualmente é o Projeto Varela, que busca democratizar Cuba com um referendum que permita mudanças a favor “da participação livre e responsável pelos cidadãos” na vida política e econômica da sociedade.
Nestes 16 anos, os membros do MCL sofreram perseguições e encarceramento por parte do governo, entretanto, isto não dobrou a vontade de quem acredita que só a liberdade individual de conscientiza “poderá fazer surgir uma nação verdadeiramente livre”.