Roma, 21 de jul de 2009 às 05:43
Um insólito texto que apresenta como real a história de um complô no qual o Vaticano organiza uma viagem para membros do movimento terrorista Hezbollah a Auschwitz para que aprendam a assassinar judeus em grande escala, forma parte do material de formação dos soldados judeus conforme informa o jornal israelense Haaretz.
Haaretz, uma das publicações mais confiáveis de Israel, denunciou o uso deste texto titulado "Os dois lados da fronteira", como parte da formação ideológica dos militares israelenses.
O panfleto recolhe a suposta confissão de um ex-membro do grupo armado shía, identificado como AVI, que diz haver-se convertido ao judaísmo e que assevera que o próprio líder desse partido, Hassan Nasrallah, participou do tour pelo ex-campo de concentração alemão.
AVI sustenta que o Vaticano se identifica com a luta do Hezbollah, e acusa a políticos e jornalistas europeus de aceitar subornos para promover opiniões contrárias a Israel.
"O livro se apresenta como uma história real. Toda uma companhia de soldados adultos me disseram: lê isto e saberá quem são os árabes", declarou ao Haaretz um militar israelense.
Ante a denúncia do jornal, o exército anunciou que já retirou de circulação o texto, apadrinhado por uma associação fundamentalista de judeus norte-americanos e Shmuel Eliyahu, rabino da cidade de Safed, no norte do Israel, conhecido como um dos clérigos mais radicais do país.