MANÁGUA, 24 de jul de 2009 às 17:06
O Vigário Pastoral da Arquidiocese de Manágua, Dom Miguel Mántica, precisou que a Igreja Católica não apóia nem aprova o aborto, tampouco o mal chamado aborto "terapêutico", em resposta a uma informação aparecida no jornal La Prensa no qual se pretendia apresentar o contrário, manipulando umas declarações do Pe. Federico Lombardi, Diretor da Sala Stampa da Santa Sé.
Em declarações à ACI prensa e respondendo a uma informação aparecida no mencionado jornal em que se anunciava uma possível sentencia favorável ao aborto terapêutico na Nicarágua –na qual se afirma que estaria incluído um suposto "apoio da Igreja"– o sacerdote recordou que o Catecismo da Igreja Católica precisa que "a vida humana deve ser respeitada e protegida de modo absoluto desde o momento da concepção. Esse é o ponto chave".
A vida humana, prosseguiu, "não pode ser violada de maneira nenhuma, muito menos cometendo um homicídio, embora seja na fase pré-natal, enquanto a criança permanece no ventre de sua mãe. É um doutrina constante da Igreja que se remonta aos primeiros séculos onde sempre se condenou o aborto sem nenhuma ambigüidade. É um ponto que foi muito claro".
Dom Mántica também comentou que "ultimamente quiseram manipular ou instrumentalizar um artigo escrito no L'Osservatore Romano que quis promover a idéia de que há uma mudança da doutrina da Igreja ou algo parecido".
Seguidamente precisou que a Congregação para a Doutrina da Fé reiterou em uma recente clarificação que "a Igreja sobre todo aborto provocado não mudou nem pode mudar" já que "todo aborto provocado é um crime". Esta prática infanticida adicionou, "nunca pode ser plausível moralmente se é provocada, e isso é bem claro, pelas motivações que sejam. Se o aborto é provocado ou querido, isso sempre é condenado pela Igreja".
O Vigário da Arquidiocese da Manágua precisou também que embora "muitas vezes a eleição que pode fazer uma mãe na hora de abortar pode ter um aspecto dramático ou doloroso", não por isso "podemos nós justificar que se mate nenhuma pessoa".
Além disso, é necessário ter em conta que "debaixo da promoção do aborto terapêutico está a busca do aborto em todas as instâncias", alertou.
Por sua parte o Presidente do Population Research Institute para a América Latina, Carlos Pólo, ressaltou que o jornal "La prensa assinala em sua nota que a sentença incluiria o 'apoio' do Papa Bento XVI ao aborto terapêutico; afirmação que é totalmente falsa. Matar uma criança por nascer não terá nunca capacidade dentro da doutrina da Igreja Católica. Não há nenhum tipo de aborto que seja aceito pela Igreja".
Pólo assinalou que "o jornal La Prensa citou umas declarações do Pe. Lombardi sobre as intervenções médicas que procuram a cura da mãe e que, por um efeito não procurado nem previsto, afetam a vida do bebê. Há muita malícia quando se busca confundir a opinião pública. A doutrina da Igreja é clara. Uma despenalização do aborto terapêutico é aceitar que existem situações difíceis onde é lícito matar a um inocente".
"O mal chamado aborto terapêutico não é de maneira nenhuma [a posição] do Pe. Lombardi nem de sua Santidade. Não é igual, desde nenhum ponto de vista, o aborto terapêutico a que algum criança morra enquanto um médico tenta salvá-la, como pretende fazer acreditar La Prensa", adverte.
Há uns dias o L'Osservatore Romano, jornal oficioso do Vaticano, publicou uma clarificação sobre o aborto terapêutico, em que explicava claramente que a Igreja nunca aceitou nem aceitará esta prática.