SAN JOSÉ, 10 de set de 2009 às 03:38
O Presidente da Conferência Episcopal da Costa Rica, Dom Hugo Barrantes, chamou a refletir sobre a infância e adolescência que sofrem exploração e pobreza, e assinalou a necessidade de criar um Ministério da Família que agrupe os esforços a favor deste setor e outros menos favorecidos.
Em uma carta titulada "Os preferidos do Senhor", Dom Barrantes destacou o avanço econômico obtido pelo país nos últimos anos. Entretanto, advertiu sobre o paradoxo de que existam milhares de famílias que enfrentem "o drama de exclusão e invisibilidade", sobre tudo em populações "como a indígena, a afro-descendente e a população migrante".
O Prelado criticou que "os índices de desenvolvimento humano registrados pela Costa Rica, mais parecidos com os que dirigem as nações do primeiro mundo", contrastem com a qualidade e acesso à saúde, educação e outros serviços públicos por parte destes setores, "dentro dos quais as crianças sempre terminam sendo os mais prejudicados".
Do mesmo modo, advertiu que apesar do reconhecimento dos direitos das crianças e adolescentes, "somos ainda testemunhas de situações que lesam a qualidade de vida que deveriam ter", como o aborto, a violência física, mal trato emocional e abuso sexual, situações de abandono, de trabalho infantil, xenofobia, drogas e crescentes desigualdades sociais.
"Para quem comete os crimes, abusos e maus tratos contra nossos meninos e meninas, o céu reclama justiça pronta e cumprida: o peso da lei deve cair sobre eles sem contemplações", expressou.
Dom Barrantes também manifestou o chamado da Igreja de dar uma melhor atenção aos sobreviventes destes flagelos, "assim como com maternal afeto [a Igreja] põe à disposição das vítimas inocentes todas suas instâncias e esforços a fim de que sua dor seja redimida na esperança cristã de uma vida melhor".