Um perito em bioética questionou a tentativa de usar recursos públicos para promover a chamada ideologia de gênero através da polêmica Clínica da Mulher e fez uma reconto histórico sobre seus vínculos com os movimentos neo-marxistas.

Carlos Gómez Fajardo, ginecologista e membro do Centro Colombiano de Bioética, publicou um artigo no jornal “El Mundo” titulado "De clínicas e de gêneros" no qual recorda que uma das objeções fundamentais expostas à clínica, onde se praticariam abortos, é que se inspirou na questionável ideologia de gênero.

"Esta o é em grau supremo, quando os funcionários oficiais se subjugam a seus delineamentos, e aceitam acriticamente sua linguagem, e sobre tudo, seu modo político de atuar. É a obrigação do funcionário público a promoção do bem comum, não a de uma orientação ideológica ou política de grupo em particular", indicou.

Do mesmo modo, recordou que "a ideologia de gênero como movimento político neo-marxista se encarregou de influir de modo essencial nas conferências de população do Cairo e Pequim. Após muitas diretrizes do máximo nível de influência mundial (ONU, OMS) têm o tom ideológico desta tendência. Isso se evidencia de modo especial na terminologia e no discurso dos direitos sexuais e reprodutivos".

"Para o ativismo de gênero o aborto é um direito, uma aquisição da cultura política das mulheres em sua luta pela igualdade ante uma condição de inferioridade histórica à que foram submetidas pelos homens e por estruturas de poder que encontram obsoletas e que devem ser destruídas: a primeira delas, o matrimônio e a família", adicionou.

"São de grande impacto as objeções que se apresentam ante a utilização dos recursos na promoção e prática das pautas de uma ideologia. É dever e direito dos cidadãos participar e informar-se com profundidade sobre as coisas que acontecem em sua própria vizinhança. E é bom que estas inquietudes e questionamentos se apresentem de modo franco e documentado. Não consiste nisto o exercício da democracia?", questionou.

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