TORONTO, 1 de out de 2009 às 04:32
Em uma carta dirigida aos membros do Parlamento, a Conferência Episcopal do Canadá solicitou aos legisladores não aprovar o projeto de lei que permitiria a eutanásia e o suicídio assistido no país, e solicitou aos católicos a opor-se ao mesmo defendendo a vida até a morte natural.
No texto os bispos advertem que "aqueles que desejam reabrir este debate sem dúvida estão motivados pelo sofrimento de outros. Uma desafortunada incompreensão da compaixão os levou a sugerir que se aplique a eutanásia nos mais vulneráveis em vez de dar-lhes cuidados adequados, controle efetivo da dor, assim como apoio social, emocional e espiritual até sua morte natural".
Além disso, explicam, "alguns dos términos propostos para o debate são errados ou pouco claros" e "só podem gerar um debate confuso e inútil e torna complicado encontrar um terreno comum para avaliar os riscos e o impacto das propostas desta nova legislação".
Desde a perspectiva católica, acrescentam, "é legítimo usar remédios e outros meios para aliviar o sofrimento inclusive se o efeito secundário cortar a expectativa de vida. É também legítimo para alguém rechaçar algum procedimento médico que pode ser especialmente uma carga. Mas o que nunca é aceitável é o assassinato direto e intencional do deprimido, do deficiente, do ancião ou do moribundo".
"É difícil –prossegue o texto– ver de que maneira qualquer legislação que legalize a eutanásia e o suicídio assistido protegeria aos mais vulneráveis em nossa sociedade". "Que confiança poderiam ter em que suas vidas seguirão sendo protegidas pelos agentes sanitários, suas famílias e amigos ou pela sociedade em geral?", questionam.
A eutanásia e o suicídio assistido, precisam os bispos quase ao concluir, "por sua mesma natureza, dão a entender que já não existe o dever comum para todos de proteger a vida de outros. Está além disso o temor fundado de que a eutanásia e o suicídio assistido podem ser impostos a indivíduos como uma forma de economizar custos e diminuir as demandas dos que prestam algum tipo de cuidado".
Indevidamente, dizem os bispos, "o resultado seria uma sociedade mais fragmentada ainda, com seus membros vivendo em meio de um grande isolamento e ansiedade".
Pelas razões expostas solicitam aos parlamentares que considerem o impacto desta legislação, aos canadenses pedem informar-se mais sobre a verdade da eutanásia e aos católicos, nos animam a envolver-se neste debate de maneira respeitosa como ferrenhos defensores da vida.