A poucos dias de sua estréia, o filme Ágora do diretor espanhol Alejandro Amenábar, já suscita polêmica. Segundo seus críticos, o filme despertaria o ódio contra os cristãos e reforça velhos clichês contra a Igreja Católica.

O presidente do Observatório Anti-difamação Religiosa (OADIR), Antonio Alonso Marcos, dirigiu uma carta aberta ao diretor Amenábar, também conhecido por seu filme pró-eutanásia Remar Mar Adentro, em que denúncia o efeito –antecipado pelo mesmo diretor– do filme.

"O motivo da minha carta é fazê-lo cair em conta de uma coisa que o senhor já sabe mas que não dá importância: seu filme vai despertar o ódio contra os cristãos em nossa sociedade de hoje. O senhor  oferece uma visão parcializada e interessada das relações entre a ciência e a Igreja, entre a razão e a fé. Fizeram-no ver de forma ativa e passiva, e o senhor pôs uma desculpa um tanto vaga e olhou para outro lado", indica a carta.  

Alonso Marcos recorda a Amenábar os comentários das pessoas que já viram o filme em passe privado e que ele mesmo compartilhou no programa de televisão O Formigueiro do canal Quatro de TV.

Neste programa, Amenábar confessou que "as pessoas que estavam ao meu redor disseram ao acabar o filme: que filhos da p… são os cristãos".

"Efetivamente; essa foi e essa será a reação do público em geral. E você sabe. É o que você procurava? Jogar carros e carros de esterco sobre uma instituição que hoje ajuda a milhões de seres humanos a viver e a desfrutar ao máximo da vida?", acrescenta a nota missiva.

Perante a resposta que Amenábar está acostumado a dar, de "que este filme não vai contra os cristãos a não ser contra aqueles que hoje colocam bombas e matam em nome de Deus, quer dizer, contra os fanáticos religiosos", Alonso Marcos questiona por que não recreou situações próximas como as que ocorrem no Meio Oriente.

Protagonizada pela atriz Rachel Weisz, Ágora é uma superprodução de corte épico que conta a história de Hipatia, uma mulher pagã que foi assassinada por sua posição política. Segundo vários meios de imprensa espanhóis, devido a seu forte conteúdo anti-cristão, o filme –que custou 50 milhões de euros– ainda não encontra um distribuidor nos Estados Unidos.

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