LIMA, 17 de out de 2009 às 04:32
Em um comunicado dado a conhecer hoje ante o debate no Congresso sobre a possível despenalização do aborto eugênico e por violação, a Conferência Episcopal Peruana (CEP) exortou aos legisladores a defenderem a vida sempre e recordou que a defesa da vida do não nascido "não deve admitir exceções nem dúvidas de nenhum tipo".
No texto titulado "A Vida é o fundamento de todos os direitos humanos", lido pelo Presidente da CEP, Dom Miguel Cabrejos, os prelados sublinham que "a Declaração Universal dos Direitos humanos optou decididamente pela defesa da vida. Também nosso ordenamento constitucional vigente reconhece e protege a vida humana desde seu início: a concepção".
Os bispos do Peru explicam no texto que "o amparo à criança por nascer não deve admitir exceções nem dúvidas de nenhum tipo. Desde a concepção se inicia o desenvolvimento da vida, que não deve ser interrompido por nenhum motivo. O valor da vida e sua defesa desde o primeiro instante não se pode alterar sem causar um muito grave dano ao mais genuíno compromisso com o ser humano e seus direitos".
"Neste sentido afirmamos que não existe situação ou dificuldade humana que autorize matar a um inocente. Se for negado à criança por nascer seu direito à vida caímos no muito grave risco de perder a coerência que deve ter nosso ordenamento legal, pois tergiversamos gravemente o fundamento da vigência de outros Direitos inerentes ao ser humano: a defesa da vida desde a concepção".
Seguidamente alentam a que todos "unamo-nos na defesa da vida sem distinções nem cálculos políticos nem religiosos. Devemos exigir que não surjam leis cruéis iníquas que autorizem a eliminação dos seres mais indefesos".
"A sociedade não deve admitir uma tendência exclusivamente materialista na que só dá valor e privilegia o que se considera útil. Uma tendência a fugir da dor e não ver nela uma ocasião de serviço, seria a corrosão do valor mais importante para a convivência social: a defesa da vida da concepção, até a morte natural. Entraríamos em uma espiral que prejudica de maneira abusiva aos mais pobres e indefesos como são as crianças por nascer".
Depois de alentar a não permitir que "brinquem com os sentimentos do nosso povo e menos ainda com os da mulher peruana aduzindo casos dolorosos para justificar o delito do aborto, que é matar a um inocente indefeso", o texto da CEP anima a não maltratar "esta realidade sagrada, que é o respeito pela vida, para desqualificar com frases agravantes a quem não pensa igual".
A seguir solicitam aos "médicos, fidelidade a seu juramento hipocrático de defender a vida e os exortamos a que procurem sempre a defesa de todas as vidas que têm em suas mãos. No caso de mulheres grávidas, a vida da mãe e a de seu filho por nascer, merecem amparo e cuidado, porque todo ser humano, nascido ou por nascer, possui a mesma dignidade e o mesmo valor".
"Invocamos –concluem– a quem tem a grave responsabilidade política de legislar sobre estas matérias para que por respeito à verdade científica e protegendo um valor essencial sobre o qual se apóia toda a doutrina universal dos Direitos humanos, tenham o valor de defender a vida sempre e em todas as circunstâncias já que é um dom que Deus deu à humanidade".