VATICANO, 2 de jun de 2004 às 14:21
Durante seu discurso no Foro Econômico da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o Oficial da Secretaria de Estado, Dom Ettore Balestrero, referiu-se ao tema do desenvolvimento e pediu à organização internacional que seja consciente de suas limitações e “promova programas adequados de ajuda e redistribuição”.
O Prelado explicou que “o documento estratégico da OSCE sobre a dimensão econômica e ambiental reconhece que os estados membros não se beneficiaram da liberalização e inovação tecnológica; é mais, em alguns casos contribuiu para aumentar as desigualdades econômicas entre os países e inclusive no interior das nações”.
“Apesar dos progressos conseguidos, alguns estados membros ainda precisam de ajuda para a transição, para realizar de forma equitativa e eficaz as reformas e a integração na economia mundial”, afirmou Dom Balestrero e acrescentou que “as diversas condições que devem ser respeitadas para que haja um processo de desenvolvimento sustentável provocam o temor de que vários países não podem consegui-lo por si mesmos”.
“Um requisito fundamental –continuou– para dotar-se de capacidade institucional para o desenvolvimento econômico é criar as ferramentas adequadas para a redistribuição dos recursos mundiais. Para isso é necessário um esforço comum e investimentos econômicos e financeiros”.
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O Prelado recordou também que “sabemos que ainda não há instituições e mecanismos internacionais que possam tornar possível essa transferência. Somos conscientes do fato de que os países desenvolvidos adotam no âmbito nacional políticas encaminhadas a corrigir as decisões do mercado e as reduzidas oportunidades das regiões deprimidas”.
“Em alguns países pode ocorrer que a tomada de decisões públicas e inclusive o próprio setor público sejam excessivos. Mas o ponto central é que em nível mundial a situação é diversa: o desenvolvimento institucional foi detido nas estruturas relacionadas ao mercado. Por isso é importante que em seu compromisso econômico a OSCE seja consciente desta limitação e que promova programas adequados de ajuda e redistribuição”, acrescentou.
Representantes dos 55 estados da OSCE encontram-se em Praga, República Tcheca, para a sessão plenária que realizada de 31 de maio a 4 de junho.