Chega ao seu fim hoje na cidade de Luziânia, Goiás a 18ª Assembleia Geral do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que debateu, desde 3ª feira, o tema “Paz e Terra para os povos indígenas”, informou Rádio Vaticano.

“Missionários, lideranças indígenas, representantes de movimentos sociais e pesquisadores tratam das principais questões que afetam os povos indígenas e discutem a ação missionária do Cimi para os próximos dois anos”, indicou a nota de RV em português.

Diversos especialistas participam do evento. O pesquisador Guilherme de Carvalho, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE-Pará), avaliou que o progresso e o desenvolvimento se apresentam hoje como domínio da natureza e uma missão civilizadora das nações poderosas, que entendem que o seu modelo deve ser seguido por outros países.
“Este modelo aparta o homem da natureza, ou seja, faz com que ele se coloque como parte separada do meio natural e não como integrante desse meio” - afirmou o pesquisador. Em declarações à CNBB o perito afirmou também que “O desenvolvimento como dominação da natureza é uma idéia poderosa e coloca os movimentos sociais em situação antagônica ao que é pregado como moderno”.

Explicando que a Igreja do Brasil sempre atuou a favor dos povos indígenas, o presidente do Cimi e bispo da prelazia do Xingu, Dom Erwin Krautler afirmou: “tomamos partido dos povos indígenas em todos os momentos de nossa história, principalmente nos dias atuais, onde vemos que há interferência de todos os lados, inclusive dos governantes, na vida dos indígenas”, destacou o prelado em declarações recolhidas pela CNBB. Dom Krautler se declarou orgulhoso por esta obra da Igreja Católica: “(...) se não fosse a Igreja Católica, com seu braço indigenista (Cimi), não haveria na Carta Magna do Brasil, os direitos dos povos indígenas. Diante do mundo, podemos nos orgulhar em ter uma Constituição que respeita os direitos destes povos, mas ainda temos muito trabalho pela frente”, concluiu o prelado.

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