SANTIAGO, 2 de nov de 2009 às 13:06
O Comitê Permanente da Conferência Episcopal do Chile (CECh) enviou hoje um documento à Câmara de Deputados no que assinalou que o matrimônio entre um homem e uma mulher é um bem para a sociedade que deve ser protegido e promovido.
No texto titulado "Valorizemos o matrimônio, um bem para o Chile" que se dá ante o debate em deputados de um projeto de lei relativo à regulação das uniões de fato entre pessoas de distinto sexo, os prelados pedem uma atenta reflexão "com serenidade e liberdade" sem deixar-se levar por pressões de alguns setores.
Seguidamente os bispos questionam: "por que dar um estatuto jurídico especial a quem, podendo casar-se, prefere não fazê-lo? Aparece certamente uma contradição estabelecer uma lei para resolver possíveis problemas patrimoniais e de herança que já têm solução segura e clara nas normas atualmente existentes que regulam o matrimônio, como pode comprovar-se na ampla legislação sobre esta matéria. Há também outras normas que permitem regular as relações entre pessoas, incluindo a dissolução das mesmas".
Continuando com o questionamento ao polêmico projeto de lei, os prelados interrogam, "respeitando a liberdade das pessoas" se é que acaso "não corresponderia antes bem alentar os jovens a casar-se? por que não promover que aqueles que optaram por uma convivência regularizem sua situação vivendo em matrimônio?"
"Desde outro ponto de vista, por que escolher em meio de um tempo eleitoral intenso, imediatamente antes do recesso parlamentar, sem a necessária serenidade para um debate de idéias amadurecidas, votar apressadamente assuntos que interessam a toda a sociedade, em uma matéria que é, por sua natureza, complexa e de conseqüências muito importantes para os cidadãos do presente e do futuro?", prosseguem.
Depois de assinalar que não podem "permanecer indiferentes ante uma legislação que, desta maneira, diminui o valor e o sentido do matrimônio como união permanente entre um homem e uma mulher, que contribui ao bem da sociedade e não se ocupa apenas de interesses privados dos que o contraem".
Por isso solicitam aos legisladores que não se deixem "levar por pressas muito perigosas. Aos que são cristãos convidamos fraternalmente a refletirem os ensinos sobre os valores de uma sociedade fundada no Evangelho e a ponderar as dolorosas conseqüências sociais e pessoais que pode provocar a debilitação da instituição do matrimônio".
Finalmente pedem à "Virgem do Carmo, Rainha e Padroeira do Chile, para que com seu cuidado maternal proteja as famílias de nossa Pátria e cuide a qualidade de nossa convivência social".