HAVANA, 6 de jan de 2005 às 13:44
A pesar do reduzido espaço de expressão existente em Cuba, a revista Palavra Nova, publicação da Arquidiocese de Havana, fechou o ano 2004 com uma avaliação positiva do ano que passou e o compromisso de seguir servindo aos católicos neste 2005.
A agência Cubanet informou que os responsáveis pela revista –liderados pelo diretor Orlando Márquez– dedicaram o último dia do ano a valorizar o trabalho realizado com a ajuda de seu próprio público leitor que respondeu a uma pesquisa feita meses atrás.
Estima-se que haja 50 mil leitores da revista –cuja tiragem alcança os 11 mil exemplares– e receberam 860 respostas da pesquisa.
Segundo a amostra, as mulheres são quem mais lêem Palavra Nova, 80% dos leitores supera os 30 anos de idade e os trabalhadores são os que demonstram maior predileção pela publicação católica.
“O nível ocupacional destes se reparte de maneira balanceada com 20% de operários, 18% de intelectuais, ficando o resto em mãos das donas de casa e aposentados, assim como uma pequena proporção de empresários informais”, indica Cubanet.
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Segundo o jornalista Miguel Saludes de Cubanet, as opiniões oferecidas pelos leitores “permitiram delinear um panorama bastante amplo sobre o que as pessoas esperam da publicação”, apesar dos inconvenientes próprios de “um ambiente onde preponderam o medo, a desconfiança e outras atitudes negativas”.
Nas respostas houveram elogios e críticas, pedidos de mais artigos sobre história, economia, política, problemas sociais e direitos civis em Cuba; assim como mostras de apoio ao Cardeal Jaime Ortega, Arcebispo de Havana, em sua defesa da família.
Segundo Saludes, a experiência de Palavra Nova é inédita em Cuba. “Assumir a tarefa de ser palavra na realidade atual de Cuba entranha responsabilidade e valor. Atribuir-se além disso o fato da novidade em meio de tanta reiteração e tolice, é uma ousadia que precisa mesura, capacidade e iniciativa”, indicou.
Na avaliação, Orlando Márquez, que recebeu vários prêmios internacionais pela revista que dirige, manifestou a necessidade de que a caridade e a verdade nunca faltem nas páginas de palavra Nova.
“A presença destas duas virtudes será imprescindível para que Palavra Nova, além de renovadora, siga contribuindo à formação de uma geração de cubanos que se fundamente no amor e a tolerância”, concluiu Saúdes.