HAVANA, 7 de jan de 2005 às 13:49
Em declarações a Associated Press (AP), o líder do Movimento Cristão Libertação, Oswaldo Payá, descartou que o eventual relaxamento da sanções européias para Cuba afete sua causa e o Projeto Varela.
Payá, que lidera a coleta de assinaturas a favor de um referendum por mudanças democráticas na Ilha, disse não estar preocupado com a proposta da União Européia de não convocar os ativistas a suas recepções para melhorar seus vínculos com Cuba.
“A UE tomou a decisão de nos convidar como expressão de solidariedade com o povo de Cuba, como gesto de desgrado pela detenção de 75 irmãos nossos”, assinalou Payá em alusão ao bloco de dissidentes presos em março de 2003. Desde essa data, a UE começou a convidar aos ativistas a seus coquetéis, prática que irritou o governo de Fidel Castro.
Segundo Payá, ainda existe na UE, “a vontade de contribuir... para que se realizem as mudanças para a democracia (em Cuba)” e insiste em que “as mudanças em Cuba dependem de nós, do povo de Cuba”.
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O dissidente declarou ao AP que a UE deveria responder moralmente por deixar de lado aos dissidentes.
Segundo Payá, Cuba é assinante de acordos internacionais em matéria de direitos humanos e as nações devem velar por que os cumpra.
“Nós somos também representantes do povo cubano, não os únicos e a UE começou a nos convidar exercendo sua liberdade. Não lhe pedimos que o deixasse de fazer, mas respeitamos essa liberdade de nos convidar ou não”, adicionou Payá.