O Arcebispo Primaz do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, reiterou que os pastores da Igreja, como ele, não podem calar diante dos ataques ao matrimônio e a família, como o perpetrado pelos legisladores do D.F. que aprovaram as uniões homossexuais e concederam a estes casais a capacidade de adotar.

Ante uma série de agressões de setores minoritários que reagiram à firme declaração que fez o Cardeal sobre esta lei que qualificou como imoral, inadmissível e imperdoável, o Arcebispo Primaz agradeceu pelas mostras de solidariedade, primeiro da Conferência do Episcopado Mexicano, e logo depois de diversos líderes de outras confissões cristãs no país.

No texto, o Cardeal Rivera assinalou que "a Palavra de Deus será sempre a guia de nossa fé e um consolo cheio de paz que nos conforta nas perseguições e tribulações; por isso, não pode menos que vir à memória aquela passagem dos Atos dos Apóstolos quando os inimigos de Jesus Cristo, cheios de ódio, proibiram Pedro, João e os Discípulos de falar e ensinar no nome de Jesus, mas eles, cheios do Espírito Santo, responderam com valentia. ‘Não podemos obedecer aos homens antes que a Deus’".

O Arcebispo Primaz do México disse logo que "a nós, veneráveis irmãos, também nos querem proibir de falar em nome de Jesus, pregar sua doutrina, cumprir com o mandato do Senhor de anunciar a Boa Nova, defender o vínculo sagrado do matrimônio ao que São Paulo comparou com o amor com que Cristo ama a sua Igreja. E não, não podemos calar, pois poderemos escapar dos tribunais dos inimigos de Cristo, mas não fugiremos do tribunal supremo de Deus, quem nos pediria conta de nossa covardia por nos envergonharmos de seu nome e por não defender o rebanho do lobo que mata e dispersa as ovelhas".

"Nós, Pastores do Povo de Deus, tampouco podemos obedecer primeiro aos homens e suas leis antes que a Deus, pois a lei suprema, e perene é a de Deus; toda lei humana que se contraponha a ela será imoral e perversa, pois ao ir contra sua vontade termina por levar a sociedade à degradação moral e à sua ruína".

O Arcebispo assegurou também que "o México é Cristão, o México é um país que ama a família, é sua célula fundamental e o centro de coesão social; é por isso que vemos com profunda preocupação como se ataca o matrimônio, como se burlam dos valores cristãos e de nossas crenças mais sagradas. Mas longe de encolhermo-nos diante das perseguições ideológicas, descobrimos que o Senhor nos brinda uma graça imerecida: a de sermos suas testemunhas, de abraçar com alegria sua Cruz para completar sua Santa Paixão, completar em nós a paixão de Cristo".

Depois de agradecer as mostras de solidariedade, alentou a não perder de vista "que nossa fé é a que vence o mundo, e mantenhamos presente a promessa do Senhor de que os poderes do inferno não prevalecerão contra ela".

"Consolemo-nos –concluiu– com a bem-aventurança imerecida que nos augura nosso Amado Senhor: ‘Benditos serão vocês quando os injuriarem e os persigam e digam contra vocês toda classe de calúnias por minha causa. Alegrem-se e regozijem-se, porque será grande sua recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês’.

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