RIO DE JANEIRO, 12 de jan de 2005 às 13:47
A situação da vida religiosa dos brasileiros recentemente publicada pelo estudo do IBGE "Tendências Demográficas: uma Análise da Amostra do Censo Demográfico 2000", mostra, entre outras estatísticas, o declínio numérico da Igreja Católica no Brasil.
Em 40 anos, de 1960 a 2001, o número de católicos caiu em 20 pontos percentuais, sendo o Mato Grosso o estado que mais decresceu entre 1990 e 2000, chegando a perder 11,32% de fiéis e passando de uma realidade de 92,7% de fiéis em 1960 a um percentual de 73,4 no ano 2000.
Esta preocupante queda do número de fiéis ao catolicismo apontada pela pesquisa em contraste com o avanço das igrejas evangélicas pelo país, deve-se muito ao indiferentismo religioso e à falta de uma pastoral mais sólida e eficaz de evangelização.
Segundo os dados do IBGE a região Nordeste é a que se verificou a maior predominância do catolicismo no Censo de 2000 que apontou uma população de 169.799.170 brasileiros. No Piauí, por exemplo, 89,8% da população até o ano 2000 continua sendo católica - em 1960 o percentual era de 99,1%. Já os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rondônia apresentaram as menores proporções de católicos.
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De acordo com o mais recente estudo do Centro de Estudos Religiosos e Investigações Sociais (Ceris), vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a igreja Católica reúne hoje no país 75% dos fiéis, índice ligeiramente superior aos dos números do IBGE que foi tabulado com base no Censo de 2000.
E destes 75%, apenas 1% dos fiéis participam ativamente das ações da igreja, como nos atos de evangelização, 25% comparecem regularmente às missas e a maior parte, 50%, são os de participação mais esporádica, comparecendo apenas em festas e homenagens a algum santo.
Esta situação de debilidade que a fé Católica vem apresentando ao longo dos anos, cede cada vez mais terreno à ação feroz das seitas evangélicas além de sincretismos afro-brasileiros e apesar das respostas surgidas com os novos movimentos que impulsionam a renovação da fé no interior da Igreja Católica, esta ainda se vê muito abatida pelo pelos problemas crônicos enfrentados pela sua própria estrutura bem como o esmorecimento e a falta de formação catequética de seus fiéis.