PEQUIM, 14 de jan de 2005 às 14:26
O governo chinês proibirá por lei que os pais decidam abortar seus filhos em razão do sexo do bebê. Desta maneira, quer equilibrar a desproporção entre o número de meninos e meninas que nascem no país, conforme informou a publicação a China Daily.
A política de planejamento familiar orientado a controlar o crescimento demográfico no país asiático consiste em que cada casal pode ter um só filho. Esta medida gerou um desequilíbrio entre os sexos, devido a que os pais abortam a suas filhas mulheres e esperam ter um menino. O resultado é que agora a cada 119 meninos há apenas 100 meninas.
Na China os filhos homens são tradicionalmente preferidos por ser considerados mais capazes de contribuir na família, ajudar os pais idosos e manter a descendência, enquanto que as mulheres passam a formar parte do núcleo familiar do marido.
A política do “filho único” reduziu a taxa anual de crescimento da população na China que alcançou 1,3 bilhões de habitantes. Esta cifra representa mais de um quinto da população total mundial.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O presidente da Comissão Estatal de População e Planejamento Familiar da China, Zhang Weiqing , informou que o Estado se dispõe a tratar de eliminar esse desequilíbrio e para isso seu organismo “iniciará a revisão da Lei Penal para proibir de maneira efetiva a detecção do gênero do feto”.
Do mesmo modo, ficará impedido o aborto seletivo, que se pratica logo que a mãe se submete a uma exame de ultra-som e opta por abortar seu bebê quando se trata de uma menina.
A pesar do desejo de eliminar o desequilíbrio de gênero e de permitir aos residentes em determinadas áreas rurais ter mais de um filho, o governo afirma que manterá a política de planejamento familiar que limita os casais a ter apenas um descendente.