SANTIAGO, 17 de jan de 2005 às 18:01
O Ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Jorge Medina, fez um chamado do Vaticano para que a sociedade chilena vele pela vida de uma menina de 9 anos de idade que ficou grávida depois de uma violação sem esquecer os direitos de seu filho de seis meses de gestação.
Em declarações ao jornal “Últimas Notícias”, o Cardeal Medina desprezou as tentativas de alguns personagens locais que pretenderam usar o drama da menor para pedir a legalização do aborto.
O Cardeal enviou sua bênção à menina e assegurou que "a vida é absolutamente respeitável. O fato de que a gravidez se produziu em uma menina de tão pouca idade e em circunstâncias tão terríveis, não tira o direito da vida da criatura que está em seu ventre".
"O privar a vida dessa criatura é um crime e deve ela nascer. É muito lamentável o que aconteceu e é preciso ajudá-la em todo sentido. Naturalmente é horrível este abuso. É um atropelo inqualificável à dignidade da menina, mas isto não merece que se tire a vida da única pessoa que não tem nenhuma culpa", acrescentou.
Sobre a eventual criação do pequeno, o Cardeal disse que "está por ver-se se ela é ou não capaz de criá-lo. Hoje em dia é um fato bastante comprovado que as meninas chegam a sua maturidade sexual antes que em outras épocas. A postura da Igreja é absolutamente clara no respeito à vida desta criatura".
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Sobre o padrasto da menor, considerou que cometeu um "pecado aberrante" e que espera que ele peça perdão a Deus.
"Não posso prejulgar o que farão os tribunais de Justiça, mas sim deve receber uma pena exemplar. O mais grave é a responsabilidade tremenda deste sujeito perante Deus. Aí é quando deverá dar as caras e pagar por todos seus pecados", indicou.
O caso veio à tona há uma semana na cidade de Calama, quando se denunciou a gravidez da menor, que vivia com sua mãe e o companheiro dela, ambos bolivianos.