BRASILIA, 6 de mai de 2010 às 13:19
O porta-voz da 48ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, deixou claro nesta quarta-feira que a polêmica declaração do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, de que "a sociedade é pedófila" , não é uma opinião da CNBB. "As opiniões de cada bispo são livres", destacou Dom Orani.
O prelado disse em declarações reunidas por diversos jornais da imprensa brasileira que ele não compartilha da mesma visão, mas, na linha do arcebispo gaúcho, procurou dividir com a sociedade a responsabilidade pelos abusos sexuais de crianças e adolescentes praticados por religiosos.
“A gente não compartilha essa idéia de acusar ninguém, mas é claro que ela (Igreja) sofre da realidade do mundo de hoje, da própria sociedade de hoje”, disse Dom Orani.
“As opiniões de cada bispo são livres. Cada um pode manifestar segundo a sua compreensão e a sua ideia. Aquilo que é opinião oficial da CNBB sai nos seus comunicados oficiais”, afirmou também o arcebispo da capital carioca.
Para Dom Orani, o arcebispo de Porto Alegre foi mal interpretado.
“(Ele) não acusou toda a sociedade de pedófila, nesse sentido como foi colocado”, afirmou.
D. Orani disse ainda que a Igreja condena qualquer tipo de abuso, tem carinho em relação às vítimas e entende que os agressores devem ser julgados conforme as leis de cada país.
“Não é doutrina da Igreja esse tipo de comportamento. Aqueles que fizeram e cometeram algum crime devem ser julgados segundo a legislação de cada país, do Brasil e tudo mais”, disse o prelado.
Ontem, mesmo procurado pela imprensa durante a assembléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Dadeus Grings não se manifestou sobre suas declarações.