SANTIAGO, 4 de ago de 2010 às 12:09
O Bispo Auxiliar de Santiago, Dom Fernando Chomalí, recordou que as leis devem nascer da razão, conforme a verdade do homem, e portanto pediu que não os políticos não sigam causando dano à instituição matrimonial promovendo as uniões do mesmo sexo.
O Prelado fez este chamado através de um editorial logo depois que o senador do Partido Socialista, Fulvio Rossi, anunciasse sua intenção de que no Chile se legalizem os mal chamados "matrimônios" homossexuais.
Dom Chomalí indicou que o matrimônio já está "bastante minguado" com a lei do divórcio e advertiu que não existe nenhuma razão que autorize a pulverizar esta instituição tão arraigada na sociedade e que é anterior ao Estado. "A lei tem uma dimensão educativa, mas sob a reforma que propõem passar se está dizendo que o matrimônio é uma alternativa mais entre muitas", assinalou.
O bispo recordou que as políticas públicas são para procurar o melhor para o país e devem ser conforme à verdade sobre o homem; portanto exige do político uma reflexão sobre quem é o ser humano e seus desejos mais profundos.
"As políticas públicas devem surgir da razão e não do sentimento, das emoções ou das opiniões contingentes. Não podem ficar sujeitas aos ditados da moda nem ao que acontece em outros países", assinalou.
Nesse sentido, acrescentou que as políticas públicas "não podem ser pensadas desde as minorias ou desde pessoas que se vejam em situações especiais". "Quem promove a regularização das uniões de fato estão dizendo que ao final casar-se e permanecer casados é indiferente e que ao legislador só corresponde ser notário dos desejos pessoais e dar a eles um contexto legal. Isso suporta uma visão do ser humano, do trabalho legislativo e do bem comum pauperizadas e errôneas", advertiu.
Dom Chomalí assinalou que "não é legítimo afetar a instituição do matrimônio para reivindicar direitos patrimoniais" e que se for assim, então "onde estariam os limites ante as múltiplas situações que ocorrem? Acaso todas e cada uma delas deve necessariamente ter um estatuto jurídico? Por que não reconhecer que na atualidade já existem soluções jurídicas para as uniões não matrimoniais?".
"A lei não pode se encarregar de todos eles até o ponto de negar sua razão última de ser, que é velar pelo bem comum. Hoje, mais que nunca, o que se precisa é claridade conceptual e uma profunda reflexão sobre para onde queremos conduzir a nosso amado país", acrescentou.
O bispo pediu aos legisladores pensar nas conseqüências e meditar sobre o que querem para seus filhos. "Quem promove estas leis empobrecem o esforço de milhares de pais que dia a dia ensinam a seus filhos, com seu testemunho e sacrificada vida, o valor do matrimônio e da fidelidade", expressou.