O Arcebispo Celestino Migliore, Observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, assinalou nesta segunda-feira durante uma reunião informal da plenária desse organismo sobre a necessidade de reformar a instituição para pô-la à altura dos desafios atuais.

Durante o encontro no qual  se discutiu as sugestões do relatório do Grupo de Alto Nível sobre as ameaças, os desafios e a mudança, Dom. Migliore disse que as sugestões implicam claramente o aperfeiçoamento e a adaptação da estrutura e métodos de trabalho desta organização”.

“Minha delegação toma a palavra movida pelas esperanças que a Santa Sé pôs nestes últimos anos no papel fundamental do direito internacional para promover a coexistência pacífica e o bem-estar dos povos do mundo, e no papel das Nações Unidas como sua garantia e sua força motriz”.

O Arcebispo se referiu em seguida às possíveis mudanças estruturais dentro das Nações Unidas, que concernem ao Conselho de Segurança e à Assembléia Geral, “potencializar a função do Secretariado como principal interlocutor e a reforma do Conselho Econômico e Social mediante uma óptica nova, que uma de um modo mais funcional o desenvolvimento e a segurança”.

“Minha delegação –continuou- considera este tema particularmente interessante, porque corresponde não somente à relação entre conflito e pobreza mas também às causas do terrorismo, à promoção dos direitos sociais e à luta contra a pobreza e o desemprego como medidas preventivas”.

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O Arcebispo Migliore enfatizou que a Santa Sé “acolhe favoravelmente os esforços, tão necessários, para definir os critérios de adesão ao Conselho de Segurança e para atualizar o sistema eleitoral de Nações Unidas”.

Sobre a “intervenção humanitária”

O Núncio se referiu posteriormente do artigo 51 da Carta das Nações Unidas sobre o direito à própria defesa: “Neste sentido, minha delegação quer reafirmar que a legítima defesa deve pôr um acento especial nas pessoas e em sua segurança. Todo estado tem a responsabilidade de defender  seus cidadãos, mas quando não pode ou não quer fazê-lo, a comunidade internacional deve assumir essa responsabilidade”.

“Muitas vezes –acrescentou-, durante os recentes conflitos, a Santa Sé teve a ocasião de repetir esta convicção, quando se falava da ‘ingerência humanitária’ como uma espécie de legítima defesa e quando essa ingerência se apresentava como um dever da comunidade internacional para garantir a sobrevivência dos indivíduos e das comunidades frente à ação ou a falta de ação de um estado ou um grupo de estados”.