SÃO PAULO, 9 de set de 2010 às 16:14
Em um recente artigo enviado à nossa redação, o padre Roger Luís da Silva, reitor do Centro de Evangelização Canção Nova e um dos responsáveis por promover a espiritualidade na obra fundada pelo monsenhor Jonas Abib, lembra entre outras coisas que o eleitor cristão «não pode votar em candidato a favor do aborto, contra os princípios que regem a instituição familiar». Abaixo reproduzimos na íntegra o artigo do Pe. Roger:
«Estamos num período muito interessante para a nossa nação. Acabamos de celebrar a independência do Brasil, no dia 7 de setembro, e daqui a alguns dias iremos escolher a pessoa que governará nosso país.
Somos políticos por natureza, já nos dizia Aristóteles, trazemos isso na veia, no coração. Por isso temos que olhar com muita seriedade para o pleito eleitoral do mês que vem. Votar é um exercício de cidadania e todos somos convidados e convocados a exercer esse direito.
Infelizmente a política no Brasil, por causa do contra-testemunho, dos abusos de partidos políticos e devido a tanta corrupção, tem sido olhada de uma forma muito negativa pelo nosso povo, levando a um desânimo muito grande, a uma desesperança. Porém, temos que ter consciência de que o nosso voto pode mudar essa realidade se tomarmos a firme decisão de votar bem.
Conseguimos um grande avanço esse ano que foi a aprovação do projeto “Ficha Limpa”, onde é proibida a candidatura de políticos que estejam respondendo a processos na justiça. Tudo porque a população pressionou o Congresso e o Senado. Glória a Deus por isso; é uma vitória do povo brasileiro.
Quero sugerir a você eleitor cristão, que tome a decisão de participar desse pleito eleitoral com o firme propósito de transformar a realidade política do Brasil. Veja o que nos orientam os bispos da nossa Igreja. Vota certo aquele que verifica se realmente o candidato escolhido tem comprometimento com “a justiça e a solidariedade social, a segurança pública, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até a morte natural, como também, a superação da pobreza, a promoção de uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição da renda, educação de qualidade para todos, saúde e moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa do meio ambiente” (Votar Bem – Bispos Católicos do Regional Sul , da CNBB1).
Para votar bem é necessário checar a idoneidade moral do candidato. Será que ele terá prudência e idoneidade em fazer leis boas e justas? Respeita a liberdade de consciência, as convicções religiosas do povo, a livre manifestação da fé, seus símbolos religiosos? Somos nós que protegeremos o Brasil dos maus políticos. Está em nossas mãos, está no nosso voto o futuro do Brasil. Nossa nação precisa continuar sendo uma nação que caminha na bênção.
Temos força para decidir os rumos da nação brasileira. Podemos pela oração e pela nossa ação consciente no dia da eleição. Cristão não pode votar em candidato a favor do aborto, contra os princípios que regem a instituição familiar. Cristãos autênticos não podem ser a favor da prostituição como profissão e nem de nenhuma realidade contrária aos princípios morais e éticos e religiosos de uma nação.
“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que escolheu para Si como herança”. (Sl 32, 12). Nesta eleição temos que mostrar de que lado mesmo estamos. O Papa Bento XVI tem falado muito da “Coerência Eucarística”. O que é isso? Está diretamente relacionado às minhas opções, à minha vivência da vida cristã, pois tenho que ser coerente com Jesus, Aquele que comungo. Chegou a hora da mudança, chegou a hora do despertar dos cristãos. Martin Luter King dizia: “Não tenho medo do barulho dos maus, tenho medo do silêncio dos bons”.
Vence Brasil! Deus tem o melhor para ti e nós cristãos não vamos frustrar os sonhos de Deus, vamos mostrar nas urnas de que lado estamos. Vamos estar com Ele, pois Ele tem o melhor. Que o Brasil continue sendo abençoado e próspero, como nasceu, à sombra da cruz e com a força da maior ação de graças, a Santa Missa».