LONDRES, 17 de set de 2010 às 13:54
Em sua visita de cortesia ao arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, líder da igreja anglicana, o Papa Bento XVI ressaltou que o diálogo ecumênico em busca da unidade não pode trair a Verdade.
Em seu discurso no Lambeth Palace, o Santo Padre recordou o martírio de Santo Tomam na catedral do Canterbury, aonde 30 atrás anos João Paulo II e o arcebispo Robert Runcie rezaram pela unidade: "continuamos hoje orando por este dom, conscientes de que a unidade que Cristo desejou ferventemente para seus discípulos só chegará em resposta à oração, através da ação do Espírito Santo, que renova sem cessar a Igreja e a conduz à plenitude da verdade", acrescentou.
Depois de elogiar o diálogo entre anglicanos e católicos, o Santo Padre ressaltou a importância que tem para os cristãos "a possibilidade de explorar, junto aos membros de outras tradições religiosas, forma de dar testemunho da dimensão transcendente da pessoa humana e da vocação universal à santidade, pondo em prática a virtude em nossa vida pessoal e social. A cooperação ecumênica nesta tarefa segue sendo essencial, e certamente dará frutos na promoção da paz e a harmonia em um mundo que, com tanta freqüência, corre o risco de fragmentar-se".
O Papa também alentou ao testemunho comum de Cristo e a ser "fiéis à vontade do Senhor, tal como se expressa nesta passagem da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo" reconhecendo "que a Igreja está chamada a ser inclusiva, mas nunca à custa da verdade cristã. Nisto radica o dilema que confrontam quantos estão sinceramente comprometidos com o caminho ecumênico".
Bento XVI sublinhou logo o exemplo do Cardeal John Henry Newman, quem será beatificado no domingo e destacou que como pastor teve uma visão eclesiástica que "cresceu com sua formação anglicana e amadureceu durante seus muitos anos como ministro ordenado na Igreja da Inglaterra".
"Ele nos ensina as virtudes que exige o ecumenismo: por um lado, seguia sua consciência, até com grande sacrifício pessoal; e por outro, o calor de sua constante amizade com seus antigos companheiros o conduziu a investigar com eles, com um espírito verdadeiramente conciliador, as questões sobre as quais divergiam, impulsionado por um profundo desejo de unidade na fé".
"Sua Graça, com esse mesmo espírito de amizade, renovemos nossa determinação de procurar a unidade na fé, a esperança e a caridade, de acordo com a vontade de Jesus Cristo, nosso único Senhor e Salvador", alentou.