SÃO PAULO, 1 de out de 2010 às 16:59
A candidata presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, reuniu-se na quarta-feira com diversos líderes cristãos aos quais afirmou que "estar em contra do aborto". O próprio presidente Lula depois de um comício em Aracaju disse que podia “garantir que ela é contra”.
Entretanto, nesta quinta-feira, a candidata assinalou que não mudou sua posição sobre esta prática anti-vida e a considerou um tema "de saúde pública".
Conforme informa o jornal espanhol El Pais, "faltando 36 horas para as eleições presidenciais brasileiras, a despenalização do aborto pôs em apuros Dilma Rousseff, a candidata proposta pelo presidente Lula Da Silva. Sua mudança de opinião neste tema, do qual ela era uma firme defensora, e os casos de corrupção que teve que enfrentar recentemente, a ameaçam impedindo uma esmagadora vitória no primeiro turno".
O mencionado jornal recorda-se que em 2009, Rousseff expressou na revista Marie Claire seu apoio ao aborto. Naquela entrevista a candidata disse: "Abortar não é fácil pra mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização. O aborto é uma questão de saúde pública. Há uma quantidade enorme de mulheres brasileiras que morrem porque tenta abortar em condições precárias. Se a gente tratar o assunto de forma séria e respeitosa, evitará toda sorte de preconceitos. Essa é uma questão grave que causa muitos mal-entendidos."
Recentemente em um vídeo o Pe. Berardo Graz, o Padre Pela Vida, desmente o dado mencionado por Dilma dizendo que o número destas mortes no Brasil “não chega a cem. Ou até menos”.
El País assinala em seguida que "os últimos escândalos de corrupção fizeram que Rousseff perdesse seis milhões de votos em menos de uma semana" e fizeram que “ela caísse para 47 por cento das preferências eleitorais o que a impediria de ganhar no primeiro turno".
"Preocupado com essa possibilidade, algo que levaria Rousseff a expor-se a outro mês de campanha, Lula Da Silva decidiu ajudá-la a recuperar votos com uma jogada típica de campanha eleitoral. Lula pediu a Rousseff que se reunisse com os líderes de todas as confissões religiosas e que declarasse abertamente que ‘está em contra do aborto’", assinala o jornal espanhol sobre a reunião sustentada na quarta-feira.
Por esta razão, na tentativa de convencer os eleitores em Aracaju no último comício da campanha eleitoral realizado na quinta-feira, Lula assinalou sobre a posição da Dilma ante o aborto: "Eu posso lhe garantir que ela é contra”, e acrescentou que nem ele nem a primeira-dama Marisa Letícia indicariam uma pessoa para a condição de candidata a presidente da República que tivesse uma posição favorável.
O País conclui sua nota recordando que bispos católicos e pastores evangélicos, “pediram aos seus fiéis que não votem em Rousseff por suas posições a favor da despenalização da interrupção da gravidez (aborto)".
Marcha Ré?
Em uma nota publicada hoje a Folha do São Paulo assinala que "A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, repetiu ontem que não mudou suas posições em relação ao aborto e disse "lamentar'' comentário da candidata Marina Silva (PV), de que tivesse, por motivos eleitorais, adotado posição conservadora".
"Eu lamento que a Marina faça avaliações a respeito das minhas convicções", afirmou Dilma, completando que ser contra o aborto é uma "posição pessoal'' sua. Entretanto, em sabatina com a Folha no ano 2007 Dilma afirmou: “Acho que tem de haver descriminalização do aborto. Não é uma questão de foro íntimo, não”.
O que ela disse em agosto
Semanas atrás a candidata do PT suavizou sua postura argumentando que "pessoalmente" ela está em contra o aborto mas reiterou que esta prática deve estar disponível para as mulheres de escassos recursos.
No debate promovido pela UOL em agosto, a candidata falou das suas posturas frente o tema do aborto, afirmando que apesar de ser pessoalmente contrária a esta prática anti-vida, o aborto deveria estar disponível para as mulheres, sobre tudo, as mulheres pobres que recorrem a ele “no desespero”.
Rousseff é questionada por diversos analistas por ter se abstido de participar do debate promovido pelas cadeias de rádio e televisão de inspiração católica no dia 23 de agosto deste ano, por seu passado nas guerrilhas urbanas e acusada entre 1967 e 1969 por um assalto a mão armada, roubo de armas e participação no assassinato do Capitão do exército americano Charles Chandler, executado a sangue frio diante de sua mulher e filho em São Paulo em 68; fatos que aparecem em sua ficha criminal aonde se lê ademais "Terrorista/Assaltante de bancos".
A candidata do PT também foi criticada por alguns devido à sua estreita proximidade ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quem a chamou de "minha candidata".
Para ouvir as palavras de Hugo Chávez sobre Dilma confira o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=u-uXyWgiL60
Para ver outras vezes que a candidata do PT se contradisse recomendamos o vídeo:
http://www.regina-apostolorum.com/2010/09/historia-que-o-pt-nao-mostrara-na-tv.html
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