VATICANO, 1 de nov de 2010 às 14:24
O Papa Bento XVI condenou energicamente o brutal ataque de fundamentalistas muçulmanos contra os fiéis que se reuniam no sábado à noite na Catedral católica de rito Sírio em Bagdá, e que deixou um alto número de mortos e feridos, incluindo dois sacerdotes, entre a perseguida minoria católica do país.
Durante a oração do Ângelus desta segunda-feira, o Pontífice disse:
"Rezo pelas vítimas desta absurda violência, ainda mais feroz porque atingiu pessoas indefesas, que estavam na casa de Deus, que é casa de amor e reconciliação”.
Seguidamente, o Papa expressou sua “afetuosa proximidade à comunidade cristã, novamente atingida, e encorajo todos os pastores e fiéis a serem fortes e firmes na esperança".
O Santo Padre assinalou que, "Diante dos cruéis episódios de violência, que continuam dilacerando as populações do Oriente Médio, gostaria de renovar meu forte apelo em favor da paz que é dom de Deus, mas é também o resultado dos esforços de homens e mulheres de boa vontade, de instituições nacionais e internacionais. Todos unam suas forças a fim de que termine a violência!”
A Rádio Vaticano explicou que “A Igreja sírio-católica de Nossa Senhora do Socorro, em Bagdá, foi invadida por um comando armado que entrou no prédio, explodindo um carro-bomba. Os agressores tomaram como reféns os fiéis que estavam participando da Santa Missa. Em seguida a intervenção de forças de segurança que libertaram os reféns. Segundo informações da imprensa internacional os mortos seriam pelo menos 50 e os feridos 80”.
“Nós rezamos pelas vítimas deste terrível atentado e pelos terroristas para que seus corações se convertam”: disse à RV o Bispo Auxiliar de Bagdá dos Caldeus, Dom Shlemon Warduni.
Por sua parte, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi falou da preocupação da Santa Sé por esse dramático episódio, fazendo votos de que não haja mais violência.
O grupo terrorista "Estado Islâmico do Iraque" disse em um comunicado que tinha realizado o ataque contra a igreja de Bagdá para exigir a liberação "das muçulmanas detidas nos cárceres dos cristãos do Egito".
Logo depois de tomar o templo e assassinar a dois sacerdotes católicos, os terroristas deram "um prazo de 48 horas à Igreja guerreira (Cristã) do Egito, cabeça da apostasia ali, para esclarecer situação de nossas irmãs de religião, detidas nos cárceres dos monastérios e as igrejas da infidelidade no Egito, as pôr todas em liberdade e anunciá-lo mediante um meio de informação que chegue aos mujahedins durante o prazo".
A Igreja cristã Copta no Egito foi acusada falsamente por extremistas muçulmanos de "converter" à força a mulheres muçulmanas e retê-las em seus monastérios.
O ataque concluiu quando os militantes se dispersaram ou foram mortos durante o ataque de tropas de elite iraquianas, que retomaram o controle do templo e libertaram os sobreviventes.