VATICANO, 7 de jun de 2004 às 17:10
Em uma mensagem enviada pelo cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, a Santa Sé pede à Organização de Estados Americanos (OEA), reunida em Quito (Equador) até 8 de junho que promova a defesa da vida e detenha o armamentismo na região.
A mensagem do Cardeal Sodano foi apresentada durante a 34º Assembléia da OEA pelo Núncio Apostólico do Equador, Dom Alain Lebeaupin, ao Presidente da Assembléia, Chanceler equatoriano, Patricio Zuquilandia.
A missiva envia saudações do Papa João Paulo II “aos Ministros de Relações Exteriores dos Estados Americanos e do Caribe, ao Excelentíssimo Senhor Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos, Doutor César Gaviria, e aos Representantes dos Países Observadores”.
A mensagem lembra que “nestes últimos anos, a atenção mundial tem se concentrado, por tristes e óbvias razões, no problema da segurança. A OEA, no final da Conferência Especial sobre a Segurança, que teve lugar em 28 de outubro passado na Cidade do México, aprovou também uma Declaração a respeito. Nela afirma, entre outras coisas, que a paz é um valor em si mesmo”.
O Cardeal Sodano lembra entretanto que “os ‘pilares da paz’ têm um fundamento comum: o direito à vida. É um direito que, para ser exercido plenamente, exige que se dêem condições de vida dignas: alimentação, habitação, educação, assistência sanitária, trabalho, liberdade, etc.”.
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“Para garantir tais condições –acrescenta a carta- se necessitam recursos econômicos que, infelizmente, estão freqüentemente escassos. Entretanto, quantas riquezas, inclusive hoje, continuam sendo gastas quando se acumulam instrumentos de guerra cada vez mais sofisticados, enquanto, por outro lado, falta o necessário para o desenvolvimento integral do homem”.
O Secretário de Estado do Vaticano lamenta que “em muitas nações do mundo ainda continuam circulando muitos armamentos, quando é muito mais necessário dispor de casas, escolas, estradas, luz, água potável e remédios”.
“Somente a consciência da sacralidade da vida –acrescenta a missiva do Card. Sodano- e seu pleno respeito em cada etapa de sua evolução, desde sua concepção até a morte natural, pode colocar as bases para a construção de uma autêntica ‘cidade da paz’. Por sua vez, o pleno respeito do direito à vida comporta também o indispensável trabalho de erradicr tudo o que impede que esta seja vivida de maneira digna, isto é, a pobreza, com suas várias causas e numerosas vítimas”.
A mensagem do Purpurado conclui com um chamado “aos Países com mais recursos e as instituições financeiras a fazer um esforço generoso a respeito, concientes de que uma ajuda incondicional imediata, ao mesmo tempo em que contribui para a construção da paz e da segurança, é sempre um grande investimento para o futuro”.