SEVILHA, 10 de fev de 2005 às 17:33
Em um artigo publicado no jornal espanhol ABC, o Arcebispo de Sevilha, Cardeal Carlos Amigo Vallejo afirmou que o tempo de Quaresma deve tratar de “levar o homem ao caminho da esperança, fazendo-o ver que sempre se está a tempo de endireitar os passos de uma conduta moralmente equivocada”.
O artigo intitulado “Ocaso e elogio da cinzas” aborda temas como a tendência atual que ridiculariza tudo o quanto seja religioso, crença e prática de piedade. O Arcebispo comentou que “o rito da imposição das cinzas pode se prestar a esse exercício do descrédito acusando a Igreja de viver em suas práticas de tempos já definitivamente esquecidos”, mas “para o fiel ‘tomar a cinza’ é sinal que convida à superação e ao amor”.
“Embora pareça que se perdeu tudo, sempre fica um rescaldo oculto detrás das cinzas que pode reavivar o fogo. Não há quem feche definitivamente as portas à esperança”, indicou.
O Cardeal Amigo recordou que “esquecer-se de Deus, além de ser algo pouco inteligente, traz umas lamentáveis conseqüências para o homem, pois o mundo perde horizontes e acaba organizando-se de tal maneira que se torna extremamente difícil viver nele com um mínimo de paz”.
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O Cardeal sustentou que “somente a esperança, como vida e razão da existência, pode salvar o homem de um niilismo radical e de um permanente desprezo de todo, e já não cabe a não ser gritar que nada serve para nada”.
Também precisou que o requisito indispensável para a esperança é “o som da verdade, a ressonância de uma voz que garanta que a luz sempre pode fazer que apareça esse resplendor dos mistérios grandes, nem tanto por ocultos mas sim por fascinantes e inalcançáveis”.
Segundo o Arcebispo, cabe a cada cristão dizer e atuar de tal modo que quem vê e ouça fique, pelo menos, surpreso por uma conduta que pode ser admirável pela credibilidade que comporta . “O esplendor da verdade comove, tira qualquer um das escuras casinhas de um viver e fazer anódino e sem sentido”, assinalou.
O Cardeal Amigo concluiu explicando que a cinza é “sinal de uma esperança que pode tornar a pessoa luminosa pela sinceridade e portadora de boas notícias graças a um fogo que perdura. Lembra-te que es pó. Converte teu coração e aceita sinceramente o evangelho. O ocaso não é o final, mas o pregão de que vai chegar um novo dia”.