O Chile recebeu o prêmio International Protect Life Award (prêmio internacional pela proteção à vida) por ser o país com a taxa de mortalidade materna mais baixa na América Latina, com o qual o vizinho país demonstra que o aborto não contribui em nada para diminuir o número de mortes entre as mães já que esta prática é ilegal nesta nação sul-americana.

Perto de 30 representantes de organizações pró-vida que trabalham ante a Organização de Nações Unidas (ONU) outorgaram o galardão no marco da 55ª sessão da Comissão de Condição Jurídica e Social da Mulher (CSW 2011) que se realiza em Nova Iorque entre os dias 22 de Fevereiro e o 4 de Março.

Em declarações ao grupo ACI no último 25 de fevereiro, o porta-voz dos líderes pró-vida, Dan Zeidler, assinalou que "deve-se destacar que o Chile não tem o aborto legalizado em nenhum caso. O Chile respeita a vida tanto da mulher como da criança, os dois são iguais perante a lei".

"Parece-me que esse sistema jurídico deve ser felicitado e reconhecer que o que tanto dizem os abortistas de que é preciso legalizar o aborto para diminuir a mortalidade materna não é certo, na verdade é exatamente ao contrário", acrescentou.

Zeidler também se referiu à carta enviada pelos líderes pró-vida ao presidente do Chile como resultado deste prêmio e explicou que nela animam e exortam o mandatário a prosseguir com dois programas importantes para a defesa da vida das crianças e das mães no país: "Chile cresce contigo" e "Comprometidos com a vida".

O primeiro deles, disse o porta-voz à ACI Prensa em espanhol, "é um exemplo maravilhoso do que um país e um governo podem fazer para promover de uma maneira muito boa e sensível o valor da vida humana em seus programas".

A iniciativa promove a saúde da criança entre 0 e 5 anos, incluídos os que estão por nascer. "O programa -explicou- ajuda aos pais a entender que seu “guagua” (maneira carinhosa dos chilenos referirem-se ao bebê, NdT) merece muita atenção e cuidado antes e depois de nascer".

"Não é um programa novo mas tem alguns anos e foi lançado no governo de Michelle Bachelet. É interessante saber que não é um programa só de um governo ou uma só ideologia no Chile", acrescentou.

O segundo programa foi estabelecido no governo de Sebastián Piñera e busca ajudar a mães grávidas em situações difíceis.

Depois de explicar que o Chile como estado expressou em diversas oportunidades sua posição pró-vida no debate internacional como no Brasil e na Suíça em 2010, Dan Zeidler disse que "é preciso reconhecer o bem e muitos chilenos nem perceberam a riqueza que têm".

"No nível internacional é necessário destacar este bom exemplo do Chile para outros países", concluiu.

Por sua parte, Julia Cardenal de El Salvador, uma das assinantes da carta enviada ao presidente Piñera, assinalou sobre o prêmio ao Chile que "melhorar a saúde materna respeitando toda vida humana é a chave para todos os países que desejem realmente chegar a reduzir a mortalidade materna em cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio".

Os números

Uma investigação do Dr. Elard Koch da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile comparando dados entre 1957 e 2008 sobre a mortalidade materna por aborto mostra que esta se reduziu em 97,6 por cento nestes 51 anos.

Depois da proibição do aborto terapêutico em 1989, reduziu-se de 13,62 a 1,65 por cada 100 000 nascidos vivos, quer dizer, uma redução de 87,9 por cento.

Estes resultados, explica o perito, mostram que uma legislação que protege a vida do criança por nascer não aumenta a mortalidade materna nem os abortos ilegais; e que legalizar ou despenalizar o aborto provoca uma "epidemia" abortista com graves conseqüências para a saúde das mulheres e para o país.

Koch, cujo estudo foi apresentado em janeiro de 2010 na reunião inaugural do International Working Group for Global Women's Health Research, em Washington D.C. (Estados Unidos), precisa ademais que o caminho que permitiu diminuir a mortalidade materna foi a promoção de "gravidezes seguras" e não o aborto.

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