O jornal vaticano L'Osservatore Romano (LOR) assinala que os prêmios Oscar obtidos pela produção britânica "O Discurso do Rei", como o de melhor filme, poderiam ser um sinal de um "novo rumo" para o cinema.

A produção britânica foi homenageada com os prêmios Oscar da Academia de melhor filme, melhor direção (Tom Hooper), melhor ator (Colin Firth) e melhor roteiro original (David Seidler).

O filme mostra a história do Jorge VI, Rei da Inglaterra, interpretado pelo ator Colin Firth, que se sobrepõe a seu acanhamento e gagueira graças à ajuda do pouco ortodoxo terapeuta Lionel Logue (Geoffrey Rush) e a ajuda de sua esposa Isabel (Helena Bonham Carter).

Assim consegue dirigir um brilhante discurso à nação através da rádio antes da guerra com a Alemanha nazista de Hitler. Está baseada na história real do rei Jorge VI.

Em um artigo titulado "as doze nominações celebram o retorno à melhor tradição do cinema inglês", Emilio Ranzato do LOR assinala que "o trabalho assinado pelo inglês Tom Hooper é a demonstração de como é possível fazer um ótimo filme sem fazer cinema estritamente de autor, mas gerando um altíssimo nível em todos os ingredientes do cinema popular" combinando-os adequadamente.

Para Ranzato, embora as doze nominações tenham parecido um pouco exagerado, são comprensíveis "no contexto da crise criativa do cinema mais recente".

"Não seria a primeira vez que a Academia e assim a indústria americana premia a um filme com a intenção de dar um sinal, de indicar um novo caminho a seguir".

"Em tal caso, a vitória do filme de Hooper (...) deveria ser interpretada como uma volta a um cinema mais clássico, mais narrativo e menos 'autorial', resultado de um trabalho de uma equipe mais que de uma só pessoa".

As qualidades da produção, assinala, "confirmam e renovam a melhor tradição do cinema inglês".

O triunfo desta produção, assinala em um segundo artigo publicado logo depois da premiação, mostra como é possível obter não apenas "ótimos produtos comerciais, mas também filmes que sobre tudo na distância do tempo são apreciadas por seu equilíbrio, e aquela fascinação clássica que de vez em quando o cinema americano tenta recuperar".

"O Discurso do rei", que custou perto de 15 milhões de dólares, já ganhou outros prêmios como o BAFTA (britânico) e o do Festival Internacional de Cinema de Toronto.

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