MANÁGUA, 1 de mar de 2011 às 14:49
O Bispo Auxiliar de Manágua (Nicarágua), Dom Silvio José Báez, advertiu que o país estaria caminhando para "um totalitarismo visível ou encoberto", como resultado da decisão do presidente Daniel Ortega de postular novamente à Presidência, a pesar que de que seja proibido pela Constituição .
Ao término da Missa dominical, o Prelado disse que esta não é uma posição pessoal, mas de todos os bispos que em abril e novembro do ano passado advertiram do perigo que o poder esteja concentrado "em poucas mãos".
"Vemos a lei em mãos de um grupo que a utiliza para impor seus caprichos, vemos o Estado de Direito do país feito pedaços, estamos vendo o Estado da Nicarágua como se fosse uma empresa ao serviço de um grupo, de uma família e de uns poucos", expressou.
Dom Báez esclareceu que os bispos não são opositores ao Governo, mas que oferecem a "luz da verdade e da justiça que vêm do Evangelho e a sabedoria da Igreja em seu magistério social, para ajudar a razão política a ir além das trevas devido ao pecado e as ambições".
O Bispo acrescentou que a política no país precisa ser saneada porque "está privada de valores de ética e moral". Também advertiu que os problemas políticos relegaram as necessidades sociais de desemprego, pobreza, saúde e educação. "Isto deve ser a preocupação fundamental dos políticos", assinalou.
No sábado passado o Fronte Sandinista de Liberação Nacional (FSLN), lançou a candidatura de Daniel Ortega para as eleições de 6 de novembro; a pesar que o artigo 147 da Constituição proíba a reeleição imediata ou de uma pessoa que tenha mais de dois períodos presidenciais.
Ortega, atual mandatário do Nicarágua, foi também chefe de Estado entre 1985 e 1990.