HAVANA, 7 de mar de 2011 às 10:55
A Arquidiocese de Havana anunciou nesta sexta-feira a liberação de Pedro Argüelles Morán, detido em 2003, com o qual chega a 48 o número de dissidentes da chamada Primavera Negra que foram liberados desde Julho do ano passado.
Argüelles Morán, de 63 anos, foi condenado a 20 anos da prisão por ter violado a Lei 88, que sanciona a aquelas pessoas que recebem ajudas ou apoios dos Estados Unidos para atentar contra o regime castrista. Atualmente se encontra detido no cárcere de Canaletas, na província de Ciego de Ávila (centro). Durante seu presídio, a Anistia Internacional o reconheceu como um prisioneiro de consciência.
No momento de sua detenção, Argüelles Morán era diretor da Cooperativa Avileña de Jornalistas Independentes, mas além disso tinha sido porta-voz de outras organizações opositoras que conformaram o Fronte Unido Democrático Camagüey-Ciego de Ávila.
Conforme informaram alguns dissidentes, Argüelles Morán apresenta um quadro de saúde delicado. De fato, formava parte do grupo de presos políticos pelos quais o opositor Guillermo Fariñas iniciou em fevereiro de 2010 uma greve de fome que se estendeu por 135 dias.
O regime de Raúl Castro anunciou em Julho do ano passado a libertação dos 52 opositores da Primavera Negra que restavam na prisão, como resultado dos diálogos históricos com a Igreja Católica nos quais a Espanha participou como mediadora. Até a data foram liberados 47 opositores, dos quais 40 viajaram à Espanha e sete ficaram na ilha.
Com a soltura do Argüelles Morán, ainda estão encarcerados quatro opositores do Grupo dos 75 que rechaçaram a proposta do Cardeal Jaime Ortega de viajar a Espanha em troca de sua liberação.
Em declarações à Europa Press, a blogger Yoani Sánchez tinha anunciado momentos antes do anúncio do Arcebispado que o jornalista independente ligou para ela por telefone para comunicar-lhe que os funcionários da prisão pediram que "recolhesse todos os seus pertences pessoais pois seria liberado nas próximas horas".
"Pedro está muito contente, muito feliz e cruzemos os dedos porque seja assim e esteja logo em sua casa", expressou Sánchez.