ROMA, 24 de mar de 2011 às 13:32
O Prefeito da Congregação vaticano para o Clero, Cardeal Mauro Piacenza, assinalou que o celibato sacerdotal "grita" ao mundo secularizado que Deus sempre está presente.
Em um artigo publicado na edição de 23 de março de L'Osservatore Romano, o Cardeal recorda que "o celibato é um dom do Senhor que o sacerdote está chamado livremente a acolher e a viver com plenitude".
Logo depois de recordar que este ensinamento é um tema fundamental dos Papas, o Cardeal adverte que "só uma incorreta hermenêutica dos textos do (Concílio) Vaticano II poderia conduzir a ver no celibato um resíduo do passado do qual liberar-se".
"Tal posição -prossegue- além de ser erro histórico, teológica e doutrinalmente, é também daninha para os aspectos espiritual, pastoral, missionário e vocacional", acrescenta.
Seguidamente o Cardeal Piacenza ressalta a necessidade de formar doutrinalmente o candidato ao celibato sacerdotal porque "não se pode viver o que não se compreende através da razão" e sublinhou que "o celibato é um assunto de radicalidade evangélica".
"Pobreza, castidade e obediência não são conselhos reservados de modo exclusivo aos religiosos. São virtudes que devem ser vividas com intensa paixão missionária. Não podemos baixar o nível da formação e, de fato da proposta da fé".
O Prefeito reconhece logo que "em um mundo secularizado é sempre mais difícil compreender as razões do celibato. Entretanto devemos ter a coragem, como Igreja, de nos perguntarmos se queremos nos resignar ante tal situação, aceitando como iniludível e a progressiva secularização das sociedades e das culturas, ou se estamos preparados para uma obra de profunda e real nova evangelização, ao serviço do Evangelho e, por isso, da verdade sobre o homem".
"Considero, em tal sentido, que o motivado apoio ao celibato e à sua adequada valorização na Igreja e no mundo possam representar algumas das maneiras mais eficazes para superar a secularização".
Finalmente o Cardeal Piacenza escreve que "não devemos nos deixar condicionar ou intimidar por quem não compreende o celibato e quisera modificar a disciplina eclesiástica, ao contrário, devemos recuperar a motivada consciência de que nosso celibato desafia a mentalidade do mundo, pondo em crise seu secularismo e seu agnosticismo, e gritando, nos séculos, que Deus está presente".