Roma, 25 de mar de 2011 às 11:31
Asia Bibi, a mãe de família cristã condenada à morte pela polêmica lei da blasfêmia, disse que neste tempo de Quaresma reza e jejua pela paz, e oferece seu sofrimento para aproximar-se um pouco mais a Deus.
Em declarações à agência vaticana Fides, através da Masihi Foundation que se ocupa de assisti-la jurídica e materialmente, Asia Bibi assinalou que "nesta Quaresma quero orar e jejuar pela paz e pela justiça. Quero oferecer meu sofrimento a Deus para estar mais perto Dele. Desejo dar as graças a todos os que estão orando por mim, em todo mundo; sinto seu apoio".
"Quero dizer a todos que eu também rogo por eles e os encomendo ao Senhor, que é Deus da Providência. Peço ao Papa e a todos os cristãos que sigam rezando por mim".
Por sua parte, Ashiq Masih, o marido de Asia Bibi, e seus filhos manifestaram à Fides que "estão jejuando em comunhão com ela".
Haroon Barkat Masih, Diretor da "Masihi Foundation", comentou que "Asia é uma pessoa frágil e vulnerável. Estamos preocupados com suas condições de saúde e pediremos às autoridades da prisão que permitam que uma equipe médica a visite. Eu não gostaria que este jejum prolongado seja prejudicial para sua saúde e a debilite muito".
"Ela está em uma cela de isolamento há mais de dois meses e também necessita tomar ar, ver o sol. As autoridades dizem que não o permitem para proteger sua segurança. Mas agora chegou o momento de proteger também sua saúde, não queremos que se derrube".
A preocupação pela saúde de Asia Bibi cresceu depois do caso de Qamar David, o católico que foi encontrado morto na prisão de Karachi, em circunstâncias suspeitas o que levou a Igreja a pedir às autoridades uma investigação exaustiva.
Em junho de 2009, Asia trabalhava como operária em Sheikhupura, perto de Lahore, Paquistão. Em uma ocasião pediram- lhe que procurasse água potável para suas companheiras. Algumas das trabalhadoras -todas muçulmanas- negaram-se a beber a água por considerá-la "impura" pelo fato de ter sido dada por uma cristã.
Um dia depois, Asia foi atacada por um grupo e levada a uma delegacia de polícia "por sua segurança", onde foi acusada de blasfêmia contra Maomé. Desde sua detenção denunciou que foi perseguida por causa de sua fé e negou ter proferido insulto algum contra o Islã.