DENVER, 4 de abr de 2011 às 10:26
A governadora do Arizona, Jan Brewer, promulgou uma lei que proíbe o aborto quando se alega como pretexto a raça ou o sexo da criança no ventre ou pela raça de seus pais.
"A governadora Brewer acredita que a sociedade tem a responsabilidade de proteger os mais vulneráveis, os não-nascidos", disse o porta-voz Matthew Benson ao jornal The Arizona Republic. Ela considerou que a legislação é compatível com a "trajetória pró-vida" da governadora
A nova lei converte em delito grave de classe 3 a prática ou financiamento de um aborto solicitado por motivos de sexo ou raça, com uma pena máxima de três anos e meio da prisão.
Illinois, Oklahoma e Texas já contam com leis que proíbem o aborto seletivo, mas a lei do Arizona é a primeira em proibir o aborto em base à raça, conforme explica o Guttmacher Institute de Nova Iorque.
A senadora estatal Nancy Barto (R-Scottsdale) explicou que algumas culturas "trazem tradições aos Estados Unidos que realmente desafiam os valores da América, incluindo essas culturas nas que os homens têm mais valor que as mulheres".
Um estudo de 2008 publicado pela Academia Nacional de Ciências e conduzido pelos investigadores Douglas Almond e Lena Edlund encontrou um desequilíbrio na proporção de filhos homens entre pais hindus, chineses, coreanos e asiáticos.
Os investigadores concluíram que esta proporção está vinculada às provas de seleção de sexo na fase pré-natal.
Os abortos seletivos por sexo podem ter efeitos significativos quando se praticam em grande escala. Na China, onde persiste a política do filho único, milhões de homens não encontram mulheres para casar-se em seu grupo de idade devido a que a preferência tradicional pelos filhos homens alentou os pais a abortarem as meninas antes de nascer.