SANTIAGO, 4 de abr de 2011 às 14:29
O Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Jorge Medina, refletiu sobre as repercussões de um conhecido caso de abuso sexual entre o clero chileno e explicou que nem fiéis nem sacerdotes estão livres das insídias do demônio.
"Um cristão bem formado sabe que a fragilidade humana faz suas picardias. O demônio onde pode se mete. Os sacerdotes não estão isentos de suas insídias. Há uma ação de Satanás pela falta de verdade", declarou em uma entrevista concedida à revista Caras.
Sobre o caso do sacerdote Fernando Karadima, o Cardeal Medina defendeu a sanção imposta pelo Vaticano porque "no direito canônico existe uma norma que convida o juiz ao não extremar a severidade, especialmente quando se trata de uma pessoa anciã ou com reconhecidos méritos".
"Proibir celebrar sacramentos em público, ter contato com sua ex-paróquia e estar em um lugar retirado do ruído não me parece algo menor. Pense que só existe uma sanção pior: expulsá-lo canonicamente do estado sacerdotal", indicou.
Logo depois de uma investigação realizada pela Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano, este dicastério encontrou culpado de abusos sexuais contra menores o conhecido sacerdote chileno Fernando Karadima, a quem pediu retirar-se a uma vida de penitência e oração.
Em 18 de fevereiro de 2011, a Arquidiocese de Santiago divulgou os resultados da investigação que culminou no dia 16 de janeiro de 2011 com um decreto no qual se proíbe a perpetuidade o exercício do ministério sacerdotal ao Pe. Karadima, quem assinalou que respeita integralmente o estabelecido pela Congregação para a Doutrina da Fé.