MEXICO D.F., 5 de abr de 2011 às 14:33
O Arcebispo Primaz do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, defendeu o direito dos fiéis de viver sua religião sem restringi-la à vida privada "como se a fé só fora um vestido de festa que se tira do guarda-roupa para ir os domingos à Missa".
Na homilia da Missa dominical que celebrou ontem domingo 3 na Catedral do México, o Cardeal explicou que "ninguém tem direito a impor ao cristão que esconda sua fé e as certezas que sua religião lhe oferece".
"Ninguém pode impor a esquizofrenia nem a dualidade de vida ao homem religioso, pedindo-lhe que se comporte de uma maneira como cidadão e de outra muito distinta como fiel, como se a fé fosse apenas um vestido de festa que se tira do guarda-roupa para ir à Missa nos domingos ", acrescentou.
O Arcebispo assinalou que "Cristo expressa isto de uma maneira muito simples quando nos diz que nós devemos ser 'luz do mundo'". Acrescentou que "a vocação do cristão não é ser só 'iluminado', mas ser 'testemunha da luz'".
"Cristo Jesus é a luz dos povos, Ele é a luz do mundo. Por isso Ele, e só Ele, pode revelar-nos ao Pai, (Ele) dá sentido à nossa vida e descobre para nós o significado da criação e dos acontecimentos históricos. Só à luz de Cristo poderemos dar resposta completa aos eternos interrogantes, do homem: Quais somos, de onde viemos, aonde vamos?", acrescentou.
O Cardeal Rivera explicou que "a fé dá ao fiel uma visão da vida, por isso, não é estranho que procure em sua fé não só respostas às eternas interrogantes mas também respostas aos interrogantes existenciais de nosso tempo, como a justiça social, a questão trabalhista, a doença, o matrimônio, o aborto".
"Não podemos reduzir a fé a uma visão da vida ou a que nos dê respostas aos interrogantes que nos expõe o mundo de hoje. O primeiro e principal que inclui a fé católica autêntica é um encontro com Jesus Cristo vivo. Tampouco podemos reduzir a fé cristã ao conhecimento do credo, nem a uma moral, nem a uns ritos que necessariamente devem estar incluídos, mas deve ir mais adiante, e esse mais adiante, a aceitação da pessoa de Jesus, Deus e homem verdadeiro".