Roma, 6 de abr de 2011 às 11:00
O novo Primaz da Igreja Grego-católica da Ucrânia, Dom Sviatoslav Shevchuk, tem grandes planos para resistir o secularismo crescente em seu país e assegura que procurará tanto a ajuda de Roma como uma "aliança estratégica" com as igrejas ortodoxas.
Dom Shevchuk visitou o Papa Bento XVI no dia 1 de abril em seu primeiro ato oficial desde que foi eleito no último 23 de março para liderar os 4,3 milhões de católicos ucranianos de todo o mundo.
Em uma conferência de imprensa com ocasião de sua visita ao Vaticano, Dom Shevchuk afirmou que "somos uma Igreja do Oriente com tradição e herança... uma Igreja sinodal que se rege pelo sínodo dos bispos junto com o Arcebispo mor. Mas, também somos uma Igreja Católica que vive sua identidade em plena, visível e verdadeira comunhão com o Santo Padre".
O novo Primaz terá sob sua responsabilidade a mais numerosa Igreja católica de rito oriental que ressurgiu na década de 1990 quando se desintegrou o sistema totalitário da União Soviética.
Os greco-católicos da Ucrânia atravessaram muitos sofrimentos durante o século passado. Sacerdotes e os fiéis foram detidos de maneira rotineira, muitos martirizados pela fé e em geral foram obrigados a viver na clandestinidade. As propriedades da Igreja foram usurpadas pelas Igrejas Ortodoxas e ainda hoje a Igreja grego-católica funciona sob todo tipo de restrições.
Para o arcebispo Shevchuk, o "sangue dos mártires... é a razão principal para que com nossos jovens, tenha renascido a Igreja".
Atualmente, a idade Média dos sacerdotes que servem a esta Igreja de rito bizantino é de 35 anos de idade. Dom Shevchuk tem 40 anos e é o bispo e líder mais jovem da Igreja de rito oriental.
O Arcebispo agradeceu a "demonstração da grande confiança que o Santo Padre depositou em mim e outros".
Apesar de sua juventude, o Arcebispo contribui uma grande variedade de experiências; foi secretário pessoal do Cardeal Lubomyr Husar, reitor do seminário e recentemente bispo e administrador apostólico dos católicos ucranianos em Buenos Aires, Argentina. Tem um doutorado em teologia moral.
Dom Shevchuk afirma que sua "prioridade número um" segue sendo a predicação do Evangelho no mundo e assegura que se deve proteger o "grande tesouro" da fé na Ucrânia diante da secularização.
Do mesmo modo, pede pela "inculturação" como uma questão vital para os católicos gregos da Ucrânia dispersos em todo mundo. "Isto significa enraizar os valores cristãos e nossa tradição na cultura de hoje. Esta inculturação é um instrumento muito importante de evangelização".
Neste sentido, o Arcebispo já teve conversas com outros líderes católicos e ortodoxos sobre a construção de uma "aliança estratégica para um testemunho harmonioso e único dos cristãos", que poderia ajudar a evangelizar a cultura ucraniana.